Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Manuel Ribeiro
Asp. of. mil. 06911079
Um abraço capitão Maia.
Bonito reencontro numa notícia de uma venera póstuma. Saudades de quem partiu sem dever e tudo deu a quem tão pouco o mereceu.
Ao seu, junto o meu enternecido abraço e a gratidão.
No exacto momento em que o canhão rodou a boca para os lados do rio em vez de disparar, tudo mudou. Só então tudo mudou.
Depois o Salgueiro Maia recolheu, recusou protagonismos, bocas de cena, luzes de ribalta, pequenas ou grandes vaidades. Como só fazem os homens verdadeiros, que são afinal os que nos ficam no coração.
Que grande lição o sacana nos deu!
É mais do que merecida a homenagem!
Guardo no meu arquivo "indignação", a recusa de um PM em atribuir de uma pensão à viúva, enquanto, ao mesmo tempo condecorava dois ex-Pides.
Quem não souber quem era esse PM, tente saber.
O Herói não necessita de ser atlético, ter olhos verdes, ser bem falante, charmoso, brilhante, etc. Em suma, um quase Deus. Essa helénica configuração mitológica, morreu. Heroísmo não é uma metamorfose.
Hoje, os poderes (político, religioso,...) acima dos Heróis, preferem os Mártires.
Salgueiro Maia remete-nos para os "novos" Heróis. Os Heróis dos nossos dias, do nosso tempo. Aqueles dos gestos imperceptíveis, da coerência quotidiana, da linear honradez, da imensa dignidade, do quase anonimato, ...
E, também, como é referido num comentário, por vezes, objecto de intoleráveis e escandalosas marginalizações de uma sociedade que, em última análise, os renega.
Escreveu Kierkegaard: "Um Herói não se declara"...
Mas, nos dias de hoje, não tenho dúvidas, nem constrangimentos, ao declarar:
- Salgueiro Maia é um dos meus Heróis!
Sabem quem foi o melhor exemplo de humildade que o país conheceu este século?
R:Eu sei que sim...
Podia ter aproveitado para estudar português enquanto destilou fascismo por todos os poros, a pretexto do herói de Abril, Salgueiro Maia.
«...mas há mínima aproveitam-se do sistema».
Esse «h» (há mínima) é de quem não ama a língua portuguesa, tal como não ama a democracia.
Pode ter achado que o comentário do anónimo a que se referiu destilou fascismo por todos os poros, mas que o senhor não tem duvidas de quem foi o maior exemplo de humildade, sentido de estado e rectidão perante as instituições no ultimo seculo.... lá isso sabe.
ChicoMartins
Ou V. é um fascista puro e duro, ou é definitivamente um pateta confuso.
A primeira hipótese parece-me improvável.
Mas a segunda não é mais abonatória.
Tem V., em todo o caso, todo o direito de viver, porque vivemos em liberdade.
No tempo do seu ídolo é que não teria.
Paz, assim, à vossa alma. À dele e à sua.
E viva o 25 de Abril, que finalmente veio. Graças a Salgueiro Maia, entre mais uns quantos.
è só ver como estes "democratas" se tem safo.
E olhe que isto não é populismo de direita.
Tive o cuidado de ler os comentários e foi com enorme pesar que li alguns.
Enfim...este é o país que temos...
Convido-vos a ler um extracto de uma biografia de António Oliveira Salazar que coloquei no meu blog.
http://deltacat.blogs.sapo.pt/arquivo/1067677.html
Tudo de bom!