Iraque – A pena de morte

A prática da pena de morte no Iraque cresceu rapidamente desde que voltou a ser introduzida em 2004, o que levou o país a ter actualmente a quarta maior taxa de execuções do mundo, indicou hoje a Amnistia Internacional (AI). ...

Os grandes avanços da humanidade não se verificam apenas nos campos da ciência, da técnica e do bem-estar mas, também, na melhoria dos índices culturais, na erradicação da tortura, no fim do esclavagismo, no respeito pelos direitos humanos.

Foi grande a caminhada percorrida pelos herdeiros do Iluminismo, longo o combate contra a tradição e persistente a defesa dos princípios que se tornaram o paradigma civilizacional europeu.

O esclavagismo foi vencido, a tortura proscrita e a pena de morte abolida. Agora é da qualidade da democracia que se fala e não da violência que os Estados praticavam em nome de Deus e no exclusivo interesse da classe dominante.

A onda de sofrimento que avassala o mundo é fruto do atraso cultural, da persistência de regimes despóticos, do tribalismo e crueldade que atingem o esplendor da alienação nas teocracias.

A história da Europa é uma longa e sofrida caminhada desde o obscurantismo da Idade Média até à Revolução Francesa, que abriu as portas da modernidade. Sem o percurso sinuoso desse marco histórico ainda hoje as mulheres teriam um estatuto de menoridade e todos seríamos sujeitos ao poder arbitrário da monarquia absoluta de origem divina.

O salto dialéctico deveu-se aos que ousaram combater a tradição, reivindicar a laicidade do Estado, exigir a separação dos poderes e transformar os súbditos em homens livres.

Numa sociedade civilizada e democrática a pena de morte é uma ferida que infecta as instituições e envergonha os cidadãos. O Iraque recebeu dos EUA o pior exemplo – a pena de morte.

Comentários

ana disse…
Nenhum país que permita esta lei se pode dizer livre, ainda que esteja a condenar um culpado (porque muitos são inocentes).

É uma atitude bárbara, que não respeita os mais elementares direitos humanos.E porque os erros da Justiça (e têm sido muitos)naõ são reparáveis.
Anónimo disse…
Preciso de leitores como a Ana.

A moderação e a urbanidade são virtudes que andam arredias de vários frequentadores do Ponte Europa, que não respeitam as mais elementares regras de educação nem o tema dos debates.

A abolição da pena de morte é, na minha opinião, um paradigma civilizacional do mais alto valor.

Cumprimentos.
e-pá! disse…
Prevalecem, sobre a pena capital, grandes contradições em diferentes sociedades, quer no Ocidente, quer no Oriente.

Como justificar a prossecução da pena de morte no ordenamento jurídico de Países (EUA, p.exº.) quando, no plano político, condena, com veemência e incontornáveis razões humanitárias, o Holocaustro?

Torna-se dificil entender como, em pleno séc. XXI, cerca de sete dezenas de Países mantêm em vigor a pena de morte.
Repugnam-me os empedernidos defensores da pena de morte. Muitos destes baseam esta posição nos sintomas de violência que campeam pelo Mundo.
A violência é quase sempre uma doença social, com múltiplas causas, a maior delas, estou convicto, será a miséria.

Todos devemos saber que tratar sintomas, não cura doenças.
Anónimo disse…
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Anónimo disse…
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Anónimo disse…
"não da violência que os Estados praticavam em nome de Deus"

Raios parta! Ser eu burrinho muito e não perceber o que raio ter Deus a ver com pena de morte. Até ter trabalho toda bíblia ler e não encontrar pena de morte. Não perceber.Senhor Esperança me explicar, se favor fazer?
Até Papa ouvir eu dizer que contra ela ele ser enquanto sinhori Fidel fazer sinal de não com a cabeça. Estar muito confundido. Depois o senhor falar em Estados Unidos e menos perceber. Não querer contrariar Senhor Esperança não, que eu não ter ido nunca cinemateca,mas sabendo que Pena de morte ser feita em toda China,toda Cuba (eu gostar mais fuzilamento porque gostar muito de barulho) e toda Coreia e apenas em poquinhos estados de EUA não perceber porque ser esse o exemplo. Poder explicar para mim, sinhori Esperança?

OS
Anónimo disse…
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jrd disse…
Só a proibição absoluta da pena de morte, pode impedir que o sentimento bestiário que ainda hoje subsiste em grande parte dos homens, seja exacerbado ao ponto de se ouvirem apelos à sua aplicação.
É muitas das vezes essa reacção primária que leva "o Poder" a justificar e a manter a sua prática.
O que é que pode levar um intelectual como Vasco G. Moura a defender a pena de morte?
Será só a necessidade de continuar a garantir as sinecuras a que há muito se habitou ou será "a besta interior" que, de vez em quando, lhe obnubila a mente poética?...
Anónimo disse…
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Anónimo disse…
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Anónimo disse…
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Anónimo disse…
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Anónimo disse…
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Anónimo disse…
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Anónimo disse…
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Anónimo disse…
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Anónimo disse…
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Anónimo disse…
Em Deus acreditamos...todos os outros pagam à vista.
Anónimo disse…
Ao anónimo do "porra que incoerência":

- O "comentário" entrou na blogosfera em determinado momento. Consequentemente, não escolheu o post mais adecuado para o inserir...

Penso que estará no espírito de todos os que frequentam este blog(a maioria que entede o que é um "espaço para o leitor") ser um "non sense" eliminá-lo...
Anónimo disse…
Não importa apenas que sejam valores do iluminismo, da revolução francesa ou mais recentes da europa contemporânea ou que sejam sinais distintivos da esquerda e alguma direita.
A verdade é que nenhum homem tem o "direito" de tirar a vida a outro,não só para aqueles que fundam a vida também num elo teológico mas também para aqueles que a fundam num elemento natural.
A vida não é um valor disponível.E as suas limitações nas sociedades contemporâneas civilizadas,são muito restritas e obviamente não comtemplam uma iniciativa judicial.
Anónimo disse…
não sei como se pode refutar a pena de morte, chamar de atávicos os seus defensores e depois celebrar com conquista civilizacional o aborto!!

Numa elimina-se uma vida errante, o que se pretende fazer é erradicar um elemento nocivo à sociedade (regra geral os condenados à morte,em paises democráticos são-no por crimes barbaros!!)

Noutro elimina-se a possiblidade de um individuo sem passado a não ter presente, nem futuro, porque não dá jeito à progenitora concebe-lo (refiro-me a esta lei de aborto livre). POde-se vir com todas as teorias filosoficas, ontologicas e cientificas, mas no fim, teleologicamente falando, há uma vida, um ser humano que eventualmente iria nascer,ser precludido desse Direito, por conveniência dos que já andam neste triste mundo!!
Anónimo disse…
Ausente da minha residência, há dias, vejo que insistem em comentários que nada têm a ver com os textos.

Por isso os apaguei.
Anónimo disse…
A revolução francesa abriu as portas à modernidade, sem dúvida, desde que se defina modernidade. Do que entendi da revolução francesa ela acabou com a queda do muro de Berlim (talvez antes). Independentemente da forma como se entenderam os caminhos do socialismo, e independentemente dos maus caminhos da então União Sovietica, a queda do muro foi uma assinatura. Marcou o fim. Hoje estamos perdidos, não nos destinguimos. Do essencial pensamos todos o mesmo (claro que só um idiota apoia a pena de morte). As nossas diferenças estão naquilo que é secundário. É pena.

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