Terrorismo religioso
Os atentados de Casablanca, na terça-feira, e de Argel, no dia seguinte, revelam o potencial de violência que o Islão político contém. O perigo está aqui à nossa porta, no Magreb, com os dementes da fé, sôfregos do Paraíso e de sangue.
A Europa, multicultural e humanista, é um oásis de tolerância num mundo de fanatismo globalizado. O respeito pelos crentes não pode estender-se à violência contida nos livros sagrados e pregada por clérigos radicais.
Os livros sagrados das religiões monoteístas foram escritos em épocas de violência e intolerância. A verdade única era então o cimento do absolutismo e a justificação das teocracias. A Europa sofreu, até há pouco, a violência das guerras religiosas e, se quer preservar a herança do iluminismo, tem de aprofundar a laicidade do Estado.
A laicidade é um factor apaziguador das diferenças culturais que os clérigos se esforçam por converter em divergências.
Não é legítimo agredir crentes. Devem, sim, ser protegidos deles próprios e defendidos em nome da liberdade religiosa, mas a defesa e a protecção exigem que o proselitismo seja contido de modo a evitar conflitos.
As religiões não defendem a liberdade religiosa, impõem a catequese. Não é apenas a demência islâmica que põe em risco direitos, liberdades e garantias que as democracias protegem. As Igrejas cristãs estão a imitar o desvario islâmico e a apelar à tradição que a Revolução Francesa interrompeu.
Não é a moral religiosa que incomoda, é a imposição clerical aos que rejeitam a fé.
A apostasia é um dos mais importantes direitos humanos. É preciso defender a liberdade de proclamar hoje o contrário daquilo em que se acreditava ontem e, eventualmente, voltar a acreditar amanhã, sob pena de anular a liberdade religiosa.
Os clérigos pretendem que o pecado seja crime e a apostasia punível com pena máxima, mas enquanto houver cidadãos fiéis à Declaração Universal dos Direitos Humanos e empenhados na defesa da democracia, a liberdade de ter qualquer religião, de não ter, ou de ser contra qualquer uma, fará parte dos direitos fundamentais.
A defesa da civilização exige o aprofundamento da separação da Igreja e do Estado quer na Europa, quer nos EUA, onde o protestantismo evangélico domina o poder político, e nos países onde o Islão não consente a separação de poderes.
Um artigo recente do «Le Monde» – La croisade obscurantiste du pape – deve pôr a democracia de sobreaviso. Tal como a política dos dois gémeos polacos.
A Europa, multicultural e humanista, é um oásis de tolerância num mundo de fanatismo globalizado. O respeito pelos crentes não pode estender-se à violência contida nos livros sagrados e pregada por clérigos radicais.
Os livros sagrados das religiões monoteístas foram escritos em épocas de violência e intolerância. A verdade única era então o cimento do absolutismo e a justificação das teocracias. A Europa sofreu, até há pouco, a violência das guerras religiosas e, se quer preservar a herança do iluminismo, tem de aprofundar a laicidade do Estado.
A laicidade é um factor apaziguador das diferenças culturais que os clérigos se esforçam por converter em divergências.
Não é legítimo agredir crentes. Devem, sim, ser protegidos deles próprios e defendidos em nome da liberdade religiosa, mas a defesa e a protecção exigem que o proselitismo seja contido de modo a evitar conflitos.
As religiões não defendem a liberdade religiosa, impõem a catequese. Não é apenas a demência islâmica que põe em risco direitos, liberdades e garantias que as democracias protegem. As Igrejas cristãs estão a imitar o desvario islâmico e a apelar à tradição que a Revolução Francesa interrompeu.
Não é a moral religiosa que incomoda, é a imposição clerical aos que rejeitam a fé.
A apostasia é um dos mais importantes direitos humanos. É preciso defender a liberdade de proclamar hoje o contrário daquilo em que se acreditava ontem e, eventualmente, voltar a acreditar amanhã, sob pena de anular a liberdade religiosa.
Os clérigos pretendem que o pecado seja crime e a apostasia punível com pena máxima, mas enquanto houver cidadãos fiéis à Declaração Universal dos Direitos Humanos e empenhados na defesa da democracia, a liberdade de ter qualquer religião, de não ter, ou de ser contra qualquer uma, fará parte dos direitos fundamentais.
A defesa da civilização exige o aprofundamento da separação da Igreja e do Estado quer na Europa, quer nos EUA, onde o protestantismo evangélico domina o poder político, e nos países onde o Islão não consente a separação de poderes.
Um artigo recente do «Le Monde» – La croisade obscurantiste du pape – deve pôr a democracia de sobreaviso. Tal como a política dos dois gémeos polacos.
Comentários
A Europa cristã condenava ao cárcere o adultério e a apostasia e negava o direito ao divórcio.
Foi a Paz de Westefália, depois da guerra dos 30 anos, que permitiu a liberdade religiosa.
Sem a separação da Igreja e do Estado ainda hoje o Código Penal seria contaminado pelo Direito Canónico.