A EUROPA E OS SEUS POLÍTICOS


E tu, Venizelos, fatia de Péricles com manteiga,
caída no chão de manteiga para baixo”
(Fernando Pessoa, “Ultimatum”)


Grande parte dos problemas com que a Europa hoje se defronta são devidos à pequenez, à mesquinhice, à ausência de sentido de Estado, à falta de estatura política dos dirigentes dos Países que a compõem.

Infelizmente, a única governante europeia com verdadeiro sentido de Estado, com uma visão estratégica coerente, é a famigerada chanceler Merkel: quer transformar a Europa numa espécie de IV Reich alemão.

O primeiro ministro inglês tem os piores tiques da insularidade britânica: quer estar na Europa para o que convém à “pérfida Albion” e fora da Europa para o que não lhe convém.

Quase todos os atuais governantes nórdicos, obscuros e fungíveis mercadores, só pensam no “deve” e no haver”.

A maior parte dos outros, a começar pelos portugueses, não passam de uns borrabotas.

Não há ninguém capaz de fazer frente à Merkel. Ah, tivesse ela de se defrontar com um De Gaulle ou um Mitterrand e outro galo lhe cantaria. Tudo seria completamente diferente.

Mas em vez disso encontrou um Sarkosy e um Hollande.

Sarkosy, com os seus tacões altos para parecer menos pequenino, saltitava à volta dela como um caniche amestrado.

E Hollande, o socialista Hollande? Nele se depositaram muitas esperanças, brevemente desfeitas. Acabou por se revelar, parafraseando Fernando Pessoa, “uma fatia de Mitterrand com manteiga caída no chão de manteiga para baixo”.

Pobre Europa!



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