Passos e o teatro de marionetas…
Passos Coelho quer entendimento sobre a reforma do Estado…
O primeiro-ministro avisa que não vai ficar à espera de um acordo para avançar com a Reforma do Estado... link
O primeiro-ministro não resiste à tentação de continuar a mistificar a situação política nacional.
Sabe perfeitamente que não está em curso qualquer ‘reforma do Estado’. Trata-se, de facto, de cortes na despesa do aparelho de Estado, nomeadamente no ‘Estado Social’, ditadas por critérios orçamentais e suportadas por ‘estudos’ e ‘bonecos’ enviesados feitos à medida. Tudo começa por um valor que se possa encaixar na tabela de Excel do défice. Não sabemos se bastam os propalados 4.000 M€ ou se serão necessários ‘cortes adicionais’ (um ‘jargão’ deste errático ‘ajustamento’). Os futuros ‘exames regulares’ com a Troika, negociados perante o 'discípulo' (dos ditos 'credores´) Vítor Gaspar, assim o ditarão.
Depois vem o ‘paleio de encher o saco’: a ‘concertação política e social’ face a compromissos apresentados como factos consumados (metas levianamente assumidas pelo Governo que obrigariam o Estado).
A concertação política e social não pode ser pervertida deste modo. E o primeiro-ministro sabe perfeitamente que os acordos se fazem antes e em conformidade com critérios de eficiência, equidade e em sintonia com o evocado 'interesse nacional'.
Isto é, a concertação deve (só pode) acontecer antes de assumir compromissos em nome dos ‘outros’.
Este é os eu mandato e os limites da sua (desbaratada) 'legitimidade'.
Mas os dislates de Passos Coelho não acabam aqui. Promete – à Europa - que esses cortes serão ‘duradouros’ e eufemísticamente classifica-os de ‘estruturais’. Mas, na prática, não procura qualquer consenso que lhe confira esse estatuto. Passos Coelho sabe que do mesmo modo que a actual maioria os pode impor, outra maioria os poderá derrogar. Não existe qualquer desígnio nacional acerca deste assunto. Conhece (mas não reconhece) que está a falar de medidas ‘circunstanciais’. No entanto, prefere a grandiloquência das tiradas ocas e perante os erros que cometeu ameaça avançar sozinho.
Sabemos qual o resultado destas posturas. Acabará sozinho. Quando muito na companhia do seu bonecreiro Vítor Gaspar e o distante ‘espanto’ de Portas. Tendo usurpado o papel de umas desenxabidas marionetas, manuseadas pelas mãos obscuras dos ‘mercados’, sabe que acabará encaixotado (arrumado a um canto), quando o pano for ‘corrido’ e o ‘espectáculo’ acabar.
Não deverá faltar muito!
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