O PS e o mapa das freguesias
António José Seguro aproveitou a Convenção Nacional Autárquica para prometer a revogação da lei que extinguiu algumas freguesias.
Se há crítica que a este Governo se pode fazer, na Reforma Administrativa, é a timidez que a envolveu, perante os ataques e o oportunismo dos partidos esquerda. A fusão de concelhos e freguesias, sobretudo na zona do litoral e, particularmente, nas Regiões Autónomas, em especial, na Madeira, foi uma oportunidade perdida onde as oposições fizeram o contrário do que deviam. O apoio ao Governo que, nesse caso, não traía nenhuma promessa eleitoral, teria sido útil e patriótico.
O regresso ao mapa autárquico anterior, sem a apresentação de uma alternativa credível, necessariamente mais vigorosa, é um ato que me causa desconfiança na atual liderança do PS e que não me motiva para lhe confiar o voto.
Bem sei que as promessas eleitorais raramente se cumprem mas, se é o caso, estamos perante uma lamentável demagogia que contribui para o desprezo progressivo de que a política e os políticos são alvo, frequentemente injusto.
Os partidos de esquerda, a cuja família sinto pertencer, sem precisar que os notários dos certificados de esquerda me passem atestado, portaram-se, neste caso, da pior maneira.
E há tanta razão para correr com o atual Governo enquanto o PS e o PCP usam uma linguagem de ódio mútuo e expressões indignas de gente civilizada.
Se há crítica que a este Governo se pode fazer, na Reforma Administrativa, é a timidez que a envolveu, perante os ataques e o oportunismo dos partidos esquerda. A fusão de concelhos e freguesias, sobretudo na zona do litoral e, particularmente, nas Regiões Autónomas, em especial, na Madeira, foi uma oportunidade perdida onde as oposições fizeram o contrário do que deviam. O apoio ao Governo que, nesse caso, não traía nenhuma promessa eleitoral, teria sido útil e patriótico.
O regresso ao mapa autárquico anterior, sem a apresentação de uma alternativa credível, necessariamente mais vigorosa, é um ato que me causa desconfiança na atual liderança do PS e que não me motiva para lhe confiar o voto.
Bem sei que as promessas eleitorais raramente se cumprem mas, se é o caso, estamos perante uma lamentável demagogia que contribui para o desprezo progressivo de que a política e os políticos são alvo, frequentemente injusto.
Os partidos de esquerda, a cuja família sinto pertencer, sem precisar que os notários dos certificados de esquerda me passem atestado, portaram-se, neste caso, da pior maneira.
E há tanta razão para correr com o atual Governo enquanto o PS e o PCP usam uma linguagem de ódio mútuo e expressões indignas de gente civilizada.
Comentários
Fundir concelhos é essencial. Justificam-se tantos municípios, por exemplo, na margem sul do tejo? Parece por demais evidente que não...
Nem na margem sul do Tejo nem na margem Norte.
Preferem despedir pessoas a reduzir autarcas.
Na verdade, este poderá ter sido um dos momentos mais propícios (e não o único), mas mais uma vez desperdiçado. Trata-se de um exemplo de como uma boa ideia pode virar um pesadelo. A dita reforma foi, logo de início, pervertida pela inépcia política e insanáveis suspeitas de golpismo partidário por parte do ex-ministro Relvas. Nunca poderá ser concebida a régua e esquadro para servir interesses eleitorais imediatistas. Por outro lado, não poderá ter como principal fundamentação concepções economicistas.
Há todo um substrato histórico-cultural que não pode ser nem ignorado, nem atropelado. Todavia, se olharmos para estas 'tentativas' de mudanças administrativas rapidamente concluímos que a falhada 'Reforma Autárquica' padeceu dos mesmos males do que a Regionalização. Só os políticos eram outros mas esse facto não justifica nada. Por outro lado, sabemos que as resistências são enormes e vêm de longe. Temos a noção de que os municípios são anteriores à nossa própria nacionalidade. Trata-se portanto de enfrentar um 'atavismo político' multissecular o que não sendo coisa de pouca monta não justifica mais esta oportunidade perdida... De facto, para além do período da Revolução Liberal - subsidiário da Revolução Francesa - em que as paróquias foram transformadas em estruturas de administração civil, temos andado a passo de caracol, inclusive na I República onde as condições objectivas para a mudança foram soberanas (caso não existisse o caciquismo).
Bem, se começamos a esmiuçar muito chegamos à conclusão de que este assunto é quase uma 'pescadinha de rabo na boca'...
É mesmo uma pescadinha de rabo na boca.