«Não me venham depois dizer que eu não avisei…»
De vez em quando, Cavaco Silva, numa aparente demarcação do Governo que quis, aparece a fazer a síntese entre a cigana que lê a sina e a sua mais elaborada versão, o senhor de la Palice.
Enquanto o País resvala no plano inclinado da depressão económica, política e cívica, sem motivo de esperança ou uma palavra de conforto, sem qualquer proposta, o culpado do passado e refém do presente, dedica-se a predizer o futuro, à semelhança da pitonisa de Delfos mas, em vez de Apolo, só conta com a legião de assessores.
Eu bem avisei…, parece o cínico merceeiro a confortar o pai do rapaz que morreu num acidente de moto: «eu bem o avisei para que não comprasse a moto»!
Enquanto o País resvala no plano inclinado da depressão económica, política e cívica, sem motivo de esperança ou uma palavra de conforto, sem qualquer proposta, o culpado do passado e refém do presente, dedica-se a predizer o futuro, à semelhança da pitonisa de Delfos mas, em vez de Apolo, só conta com a legião de assessores.
Eu bem avisei…, parece o cínico merceeiro a confortar o pai do rapaz que morreu num acidente de moto: «eu bem o avisei para que não comprasse a moto»!
Comentários
Este poeta neo-realista escreveu um notável poema, em 1941, isto é, nas difíceis condições do início da II Guerra Mundial, onde invoca essa temática.
Cito uma parte dessa poesia que julgo oportuna:
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Aviso à navegação:
Não espereis de mim a paz!
Que quanto mais me afundo
maior é a minha ânsia de salvar-me!
Que quanto mais um golpe me decepa
maior é a minha força de lutar!
Não espereis de mim a paz!
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