A extinção do serviço militar obrigatório (SMO)
Confesso que fiquei satisfeito com a aprovação norueguesa do serviço militar obrigatório para ambos sexos, ocorrida na última semana, decisão pela qual, em devido tempo, ingloriamente me bati.
Os partidos, com a honrosa exceção do PCP, cederam às juventudes partidárias. Foi enternecedor ver a euforia da Mocidade do CDS com a vitória, que não se percebia se era o ódio às FA, por terem libertado Portugal da ditadura, ou a alegria por não terem de lutar na guerra que nunca viram como injusta, criminosa e antecipadamente perdida. As juventudes do PSD e do PS também exultaram, mas sem a mácula colonialista evidente.
Quando terminou a guerra colonial, as Forças Armadas, democratizadas, tinham todas as condições para se transformarem na referência cívica do país, incubadora das forças policiais da GNR e PSP e respetiva escola de quadros. Bastava que o SMO tivesse sido mantido, alargado a mulheres, e dimensionado, de acordo com as necessidades do País.
As FA seriam um instrumento da unidade nacional e da sã convivência entre jovens das várias regiões portuguesas, ao serviço da paz e na defesa da democracia. O SMO seria o cumprimento da obrigação cívica para com a Pátria, perdida a pretensão colonialista de submeter, ao Império e à ditadura, pátrias alheias.
Não sendo já o tempo em que os portugueses eram incorporados entre 3 e 4 anos numas Forças Armadas que obedeciam à voz do dono; terminada a guerra injusta e criminosa que inviabilizou uma descolonização menos traumática; desaparecido o Governo ilegal que lançou uma geração no pesadelo da guerra colonial, nada justificou o fim do SMO.
A democracia que hoje se respira, com sustos, não é uma conquista irreversível. Não há conquistas irreversíveis. E, na minha opinião, só um SMO garante Forças Armadas que sejam o espelho da Nação e não a guarda pretoriana de mercenários ao serviço de quem a saiba e queira usar.
Para além das razões apontadas, não temos recursos financeiros para manter umas F. A. à altura das necessidades e do valor simbólico que representam e, muito menos, com a garantia do pluralismo ideológico a percorrê-las.
O voluntariado, a predisposição para a obediência cega, a falta de controlo podem levar a que lenta e paulatinamente se resvale para a criação de uma hidra que em situação de instabilidade sufoque as liberdades e conduza a um Governo autoritário.
Os novos militares sentir-se-ão mais solidários com a entidade patronal, que lhes paga, do que com a Constituição que devem defender.
Temo que as F. A. voltem a ser a guarda pretoriana de uma ditadura e não o referencial de estabilidade e a garantia das liberdades e do regular funcionamento da democracia.
Penso que o serviço militar obrigatório defende melhor os valores democráticos.
Os partidos, com a honrosa exceção do PCP, cederam às juventudes partidárias. Foi enternecedor ver a euforia da Mocidade do CDS com a vitória, que não se percebia se era o ódio às FA, por terem libertado Portugal da ditadura, ou a alegria por não terem de lutar na guerra que nunca viram como injusta, criminosa e antecipadamente perdida. As juventudes do PSD e do PS também exultaram, mas sem a mácula colonialista evidente.
Quando terminou a guerra colonial, as Forças Armadas, democratizadas, tinham todas as condições para se transformarem na referência cívica do país, incubadora das forças policiais da GNR e PSP e respetiva escola de quadros. Bastava que o SMO tivesse sido mantido, alargado a mulheres, e dimensionado, de acordo com as necessidades do País.
As FA seriam um instrumento da unidade nacional e da sã convivência entre jovens das várias regiões portuguesas, ao serviço da paz e na defesa da democracia. O SMO seria o cumprimento da obrigação cívica para com a Pátria, perdida a pretensão colonialista de submeter, ao Império e à ditadura, pátrias alheias.
Não sendo já o tempo em que os portugueses eram incorporados entre 3 e 4 anos numas Forças Armadas que obedeciam à voz do dono; terminada a guerra injusta e criminosa que inviabilizou uma descolonização menos traumática; desaparecido o Governo ilegal que lançou uma geração no pesadelo da guerra colonial, nada justificou o fim do SMO.
A democracia que hoje se respira, com sustos, não é uma conquista irreversível. Não há conquistas irreversíveis. E, na minha opinião, só um SMO garante Forças Armadas que sejam o espelho da Nação e não a guarda pretoriana de mercenários ao serviço de quem a saiba e queira usar.
Para além das razões apontadas, não temos recursos financeiros para manter umas F. A. à altura das necessidades e do valor simbólico que representam e, muito menos, com a garantia do pluralismo ideológico a percorrê-las.
O voluntariado, a predisposição para a obediência cega, a falta de controlo podem levar a que lenta e paulatinamente se resvale para a criação de uma hidra que em situação de instabilidade sufoque as liberdades e conduza a um Governo autoritário.
Os novos militares sentir-se-ão mais solidários com a entidade patronal, que lhes paga, do que com a Constituição que devem defender.
Temo que as F. A. voltem a ser a guarda pretoriana de uma ditadura e não o referencial de estabilidade e a garantia das liberdades e do regular funcionamento da democracia.
Penso que o serviço militar obrigatório defende melhor os valores democráticos.
Comentários
Foi uma cedência política aos 'jotinhas' em favor da precocidade de entrada no mercado de trabalho mas pelo caminho que estamos a seguir e pelos bloqueios induzidos pelo sistema financeiro, levará mais dia menos dia os jovens ('mancebos') a reconsiderar os 'prós e contras'.