Política e arruaça
Ao iniciar um discurso no Porto, o ministro-adjunto Poiares Maduro foi confrontado com gritos de "demissão" e com várias folhas A4, onde aparecia escrita a palavra «demissão».
Não sou um admirador dos manifestantes profissionais, que impedem os ministros do uso da palavra, sobretudo porque nos privam de mais razões para os desprezarmos e dão desculpas aos que teimam em defendê-los.
Quem confunde o legítimo direito de manifestação com atos de coação física ou insultos aos governantes presta um serviço a Passos Coelho e não ajuda os que confrontam Cavaco Silva com a necessidade urgente de mudar de maioria, de Governo e de PR.
Não sou um admirador dos manifestantes profissionais, que impedem os ministros do uso da palavra, sobretudo porque nos privam de mais razões para os desprezarmos e dão desculpas aos que teimam em defendê-los.
Quem confunde o legítimo direito de manifestação com atos de coação física ou insultos aos governantes presta um serviço a Passos Coelho e não ajuda os que confrontam Cavaco Silva com a necessidade urgente de mudar de maioria, de Governo e de PR.
Comentários
Provavelmente chegarão à conclusão que não nos tornamos 'intolerantes' de súbito. E a razão poderá estar numa violenta questão: atingimos neste 'processo de ajustamento' níveis insuportáveis de desemprego e de empobrecimento que afectam largos sectores da população.
Ontem, um organismo internacional (OIT) chamou a atenção para situações que se encaixam no que está a passar: “ Portugal é um dos países em que se agravou exponencialmente no último ano o risco de confrontos violentos devido à degradação da situação económica e, em especial, ao agravamento do desemprego… link
Mais: estes dois (trágicos) factos conjugados e potenciando-se um ao outro para além de socialmente insuportáveis são incompatíveis com a dignidade das pessoas. E quando se provoca a perda de dignidade tudo é possível.
Voltamos a uma clássica questão brechtiana: Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem...
Hoje não são. Para lhes espicaçar a sensibilidade social é preciso subir a parada...
Concordo com os comentários anteriores. Como já escrevi no facebook, este deve ser um dos raros pontos em que não estamos de acordo. Na situação a que isto chegou, não podemos cair no excesso de legalismo. Este governo não governa democraticamente, por isso não merece ser tratado democraticamente. Com o Presidente que temos e o Portas que temos, não é possível fazer cair este governo democraticamente. Mas o povo não pode estar mais dois anos a ser martirizado e a assistir pacificamente à destruição dos seus mais elementares direitos, à espera das próximas eleições. Já devíamos era estar todos na rua como os turcos...
E as FA, quando o governo já não é legítimo nem nunca o foi, pois disse em campanha eleitoral o contrário do que executa, o que faz? Não é sua missão última apoiar o povo a cumprir o Artigo 21 da Constituição, ou seja o direito à resistência, se o PR é um traidor?
Lamentável a todos os títulos, o seu post.
Manuel Torres
Aceito o seu comentário. A minha atitude tem mais de emocional do que de racional.
Não gosto de ver humilhar ninguém, nem um salafrário deste Governo.