A Europa e os perigos da sua desintegração

Vale a pena consultar os mapas da Europa ao longo dos séculos e ver as diferenças que a História enxertou na sua divisão política. Basta ver as alterações acontecidas durante as últimas décadas, depois da devastadora guerra de 1939/45.

Não refiro África cuja geografia política da minha juventude, foi integralmente alterada, com etnias divididas por fronteiras riscadas a régua e esquadro, provenientes da vontade e dos interesses das potências europeias, sem auscultação da vontade dos seus povos.

Mas fixemo-nos na Europa, cuja dependência do guarda-chuva americano, lhe permitiu um desenvolvimento longo e robusto, mas a impediu de traçar uma estratégia política, diplomática e militar que forjasse a sua união e erradicasse nacionalismos que renascem como cogumelos, em manhãs húmidas, após as primeiras chuvas.

Há quem julgue estabilizados os países europeus, que os seus habitantes acreditam nas mentiras comuns relativas aos antepassados e partilham os mesmos ódios para com os vizinhos. Há verdades diferentes e ódios escondidos que esperam uma oportunidade.

O erro, crime, começou na desintegração da ex-Jugoslávia e acabou na selvajaria contra a Sérvia e na criação da madraça e entreposto de droga denominado Kosovo. Esqueço a fatídica divisão do Chipre onde a tragédia dos nacionalismos turco e grego poderiam ter precipitado a guerra que o estímulo às manifestações de Kiev esteve em risco de repetir.

Escócia, Catalunha, País Basco, Galiza, Itália, Bélgica, Gibraltar e Ceuta são espaços, e não os únicos, que podem servir de pretexto belicoso para manifestações nacionalistas capazes de desagregar a Europa. Com dirigentes cada vez mais venais e impreparados, os povos estão à mercê de dificuldades que podem converter-se em tragédias.

E não vejo preocupação com estes problemas. A anestesia coletiva está em marcha.

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