Não é tanto assim... hoje estamos muuuuito melhor que no dia 24/04/1974. O problema é que, com mais 40 anos encima do lombo temos tendência para sobrevalorizar o passado, recordando as avalanches de esperança que éramos capazes de ter aos vinte anos de idade, esquecendo que esses níveis de esperança têm mais a ver com a juventude (a forma como a pessoa jovem encara o futuro) do que com a avaliação serena e racional do que estava a acontecer (a forma como a pessoa madura, experiente, encara o futuro). Entendeu, senhor Esperança?
A serenidade das imagens em que aparece Salgueiro Maia nesse dia, é de quem aquilo foi como que um passeio para quem como ele enfrentou as minas e obuses na batalha de Guidage na fronteira Guiné/Senegal (Russos, Cubanos, Senegaleses, Guineenses, e Caboverdeanos)
No Carmo eramos todos portugueses, daí a tranquilidade daquele militar e de toda a gente.
A grandeza e a humildade desse Homem, contrasta com tudo o que se seguiu: aproveitamentos de toda a ordem, vaidades idiotas e interpretações a gosto de cada um, abusos e usurpações...
«Agora, com pena o digo, não tenho qualquer dúvida que [Marcelo Rebelo de Sousa] vai ficar na História como o pior presidente de todos». (Lida no blogue Causa Nossa, Vital Moreira)
Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
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O problema é que, com mais 40 anos encima do lombo temos tendência para sobrevalorizar o passado, recordando as avalanches de esperança que éramos capazes de ter aos vinte anos de idade, esquecendo que esses níveis de esperança têm mais a ver com a juventude (a forma como a pessoa jovem encara o futuro) do que com a avaliação serena e racional do que estava a acontecer (a forma como a pessoa madura, experiente, encara o futuro).
Entendeu, senhor Esperança?
Quando veio o 25 de Abril eu já tinha mais de 30 anos, 4 anos e 4 dias de tropa, 26 meses de guerra colonial e 13 anos de participação política.
Por saber o que sei, nunca serei suficientemente grato aos militares de Abril e cáustico para quem os hostiliza.
A serenidade das imagens em que aparece Salgueiro Maia nesse dia, é de quem aquilo foi como que um passeio para quem como ele enfrentou as minas e obuses na batalha de Guidage na fronteira Guiné/Senegal (Russos, Cubanos, Senegaleses, Guineenses, e Caboverdeanos)
No Carmo eramos todos portugueses, daí a tranquilidade daquele militar e de toda a gente.
A grandeza e a humildade desse Homem, contrasta com tudo o que se seguiu: aproveitamentos de toda a ordem, vaidades idiotas e interpretações a gosto de cada um, abusos e usurpações...
Continuámos a ser nós!