Momento de poesia

Abril não é uma mercadoria…

Nestes dias em que Abril renasce
os mercados não falaram,
emudeceram, mas não ficaram surdos
nem as suas mãos tremeram
fecharam-se em silêncio nos corredores escuros,
para conspirar com o dinheiro sujo
pediram aos seus macabros tecnocratas
as estatísticas da morte
querem trocar ouro por sangue
e aumentar a cotação do ódio
aos cravos vermelhos da nossa liberdade,
investindo na bolsa de valores da ignomínia,
onde bolçam todos os dias
… mas eles ainda não perceberam
que Abril não se compra nem se vende,
por qualquer dinheiro…
Abril não é uma mercadoria…

Alexandre de Castro


Lisboa, Abril de 2014

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