Cessar-fogo em Espanha
A ETA está disposta a reatar o processo de tréguas acordado com o Governo de Madrid, afirmou este domingo um responsável da organização terrorista basca a um jornal espanhol ‘Gara’.
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Comentário: Depois dos desaires sofridos nos últimos meses, dos serviços prestados ao PP e do isolamento progressivo a que se tem condenado, é natural que a única saída seja a capitulação.
Mas, nunca fiando, dada a sua natureza.
Comentários
Todavia, esta proposta não é inocente e exibe um longo processo de digestão, no interior da ETA, entre a luta política por uma ampla autonomia (como a Catalunha) e os radicais independentistas (dispostos a tudo e a qualquer preço, inclusivé terrorismo).
O PP de Rajoy já "estrabuchou". Recusa-se a fazer sobre este problema qualquer tipo de análise política. Defende como solução, num quadro democrático, sublinhe-se - a repressão. Chama-lhe - a este evidente transparecer de divisões no interior da ETA - "chantagem".
Não está interessado na pacificação dos diferenets povos no seio do Estado. A via da violência basca serve-lhe intuitos eleitorais imediatos. E isso basta-lhe.
Para JL Zapatero e o PSOE a questão é, politicamente, mais complexa. Depois do esforço desenvolvido em 2006 no sentido da pacificação, não lhe bastam declarações de intenções que, apesar de tudo, não podem ser ignoradas.
Como será de prever, continuarão activos, no interior da ETA, sectores radiciais que a qualquer momento podem boicotar um processo de conversações, visando a integração da ETA no convívio democrático espanhol. Esta foi a ingenuidade da primeira abertura. Neste momento, a ETA para credibilizar-se terá de oferecer muito mais do que o reatamento de um "processo de tréguas".
Uma situação a seguir com atenção até porque se aproximam eleições no País Basco.
São exactamente ódios desse teor que alimentam o dia a dia do terrorismo e acabam empurrando os povos para a violência...
Gente dessa (etarras) precisam de mão firme. Não queira resolver com palavras questões que só podem ser resolvidas de uma maneira. Há possibilidade alguma de diálogo com essa espécie de gente? Como era a sua reacção se um familiar seu tivesse sido vítima, por tabela, dos ódios dos etarras. Não seja ingénuo. O Louçã também quer polícia sem armas...