Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Faz a mínima ideia de como se encontram agora esses solos?
Tem ideia do que é hoje viver no Zimbabwe?
Defender as ditaduras com o argumento da justiça social é arriscado.
1)Tive a oportunidade de viver duas semanas na Rodésia de 1972.
Na capital,um centro equivalente à baixa de Lisboa, com uma pequena burguesia africana que circulava e frequentava o comércio local: muitos de fatos completos e bem calçados, num movimento revelador de algum desenvolvimento social e económico dos africanos e da colonização inglesa, ainda que racista.
Ao mesmo tempo, na praça central da nossa cidade da Beira/Moçambique, perto da messe da Força Aérea, uma boa percentagem dos nossos africanos, circulava ali descalço.
2)Mugabe, não tem qualificação possivel.
Nada tem a ver com o Mugabe/Regime da 1ª fase da independência.
Se olharmos bem a sua expressão na s TV, parece meio louco.
Ele e a corrupta corte que o acompanha.
Bem mais merecedores de ser eliminados do que Saddam na fase em que o foi.
3)Um território de altitude, clima temperado, um paraíso destruido pelo cavalheiro Mugabe - uma besta.
Desde as arbitrárias detenções do líder da oposição Morgan Tsvangirai (volta e meia está preso), passando pelo desenvolvimento de programas de treino de adolescentes para integrarem comités de execução, a existência de 240 mil crianças com SIDA (5.000 mortes/semana), a proibição de manifestações, a "domesticação" do Supremo Tribunal de Justiça, etc., que não me espanta a maquinação urdida à volta do bispo Ncube (opositor ao regime de Mugabe).
Impressionante (para não dizer descredibilizante) é a atitude do Vaticano.
De joelhos, como convém.