Momento de poesia
Contraste
Tanto esforço e aflição,
Tanta fome e morte lenta,
Para amassar este pão
Que me alimenta!
Tanto amor, tanto carinho,
Tanta sede tanta praga,
Para espremer este vinho
Que me embriaga!
Tanto suor, tanto afã,
Tanta nudez, tanto pobre,
Para tecer esta lã
Que hoje me cobre!
Tantas mãos tão calejadas,
Tanta dor, tanto cansaço,
Para abrir estas estradas
Por onde eu passo!
Tanto grito e tanta prece,
Tanta escuridão e frio,
Para que eu também pudesse
Ter o carvão que me aquece
E a luz com que me alumio!
Tanto esforço e aflição,
Tanta fome e morte lenta,
Para amassar este pão
Que me alimenta!
Tanto amor, tanto carinho,
Tanta sede tanta praga,
Para espremer este vinho
Que me embriaga!
Tanto suor, tanto afã,
Tanta nudez, tanto pobre,
Para tecer esta lã
Que hoje me cobre!
Tantas mãos tão calejadas,
Tanta dor, tanto cansaço,
Para abrir estas estradas
Por onde eu passo!
Tanto grito e tanta prece,
Tanta escuridão e frio,
Para que eu também pudesse
Ter o carvão que me aquece
E a luz com que me alumio!
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Armando Moradas Ferreira
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