Capelães e capelanias
A Constituição da República Portuguesa não determina que o Estado é obrigado a prestar assistência religiosa aos portugueses nem diz que a mesma é tendencialmente gratuita, com ou sem taxa moderadora.
A sustentação do culto é um dever dos crentes, através do dízimo, da côngrua ou de qualquer outra forma de pagamento, por prestação de serviços, e nunca comparticipada a 100% por serviços do Estado, seja nas Forças Armadas, nos hospitais ou nas prisões.
Ao Estado incumbe o dever de assegurar a liberdade de culto a todos os crentes, em igualdade de circunstâncias e, ao mesmo tempo, defender o direito dos cidadãos a terem a religião que quiserem, enquanto entenderem, sem risco de mudança, de apostasia ou, mesmo, de serem hostis.
A vergonhosa herança da promíscua ligação da ditadura salazarista com a Igreja católica, através de uma Concordata que dava ao Governo o direito de recusar os bispos que a Igreja propusesse para as dioceses, legou ao país uma série de capelães pagos pelo erário.
O major-general Januário Reis Torgal (na foto com oficiais do clero da Marinha) é o comandante-chefe dos católicos fardados e o único general que é nomeado pelo chefe do Estado do Vaticano e não pelas autoridades portuguesas, uma perda de soberania absolutamente inaceitável.
Portugal tem exactamente 193 capelães a mais como diz hoje Fernanda Câncio, no DN.
A sustentação do culto é um dever dos crentes, através do dízimo, da côngrua ou de qualquer outra forma de pagamento, por prestação de serviços, e nunca comparticipada a 100% por serviços do Estado, seja nas Forças Armadas, nos hospitais ou nas prisões.
Ao Estado incumbe o dever de assegurar a liberdade de culto a todos os crentes, em igualdade de circunstâncias e, ao mesmo tempo, defender o direito dos cidadãos a terem a religião que quiserem, enquanto entenderem, sem risco de mudança, de apostasia ou, mesmo, de serem hostis.
A vergonhosa herança da promíscua ligação da ditadura salazarista com a Igreja católica, através de uma Concordata que dava ao Governo o direito de recusar os bispos que a Igreja propusesse para as dioceses, legou ao país uma série de capelães pagos pelo erário.
O major-general Januário Reis Torgal (na foto com oficiais do clero da Marinha) é o comandante-chefe dos católicos fardados e o único general que é nomeado pelo chefe do Estado do Vaticano e não pelas autoridades portuguesas, uma perda de soberania absolutamente inaceitável.
Portugal tem exactamente 193 capelães a mais como diz hoje Fernanda Câncio, no DN.
Comentários
Certamente que o sr. 1º M lerá este artigo do citado matutino, e poderá no seu magistério de influência junto da Igreja, fazer com que haja mais equidade na distribuição de sacerdotes.Sim, porque é que um Sacerdote militar não presta serviço à Comunidade Civil?.
Conto-vos um "episódio": assisti (infelizmente) há pouco tempo à missa de corpo presente da mãe de amigo e militar da G.N.R.; digo-vos que em termos de acompanhamento e "palavra" aos presentes e à família, mais parecia que estávamos, num qualquer encontro informal. É "isto" e assim que tem de passar, não o ortodoxismo e os dogmas da Igreja Católica; se assim continuar a ser como não se poderá falar em crise de vocações?.
Que me conste o sacerdote em questão à posteriri, já deu mais missas, daí que não tenha assim sido punido pelo R.D.M..
Com a bezedura na cerimónia de outro dia, lá temos o caldo entornado em casa...
Fernanda Câncio é uma jornalista de causas, de muitas causas que andam por aí perdidas, que tem demonstrado uma postura de uma seriedade jornalística, honestidade intelectual e mantem, a toda a prova, uma vertical independência pessoal e profissional perante os obscuros e enigmáticos poderes que rodeiam e tentam manipular a comunicação social.
Tem um largo curriculo na profissão, mas o artigo no DN sobre as capelanias é mais uma pequena prova, (pequena, mas coereente) do seu valor e das suas qualidades.
Porque não se debate o artigo e se prefere entrar na intimidade afetiva e doméstica da jornalista.
Tornamo-nos, de facto, muito "pequeninos"... quando persistimos em não querer distinguir questões políticas nacioanis do ... mundanismo barato ou historietas cor de rosa (tipo "Lolla" ou "Caras"...) ou, o que é pior, da reserva intima das pessoas.
A intimidade das pessoas, para mim, só a ele lhes pertence, por isso nada mais me interessa; COMPREENDIDO.
Não se esqueça da pergunta que lhe deixei.
"não sei quem a Senhora é, mas já agora eu que adoro ler a imprensa matutina (só), dê-me um só exemplo dessas muitas causas que a Senhora por si citada Amigo e-pá, tenha defendido com uma "...vertical independência pessoal e profissional..."."
Se quer conhecer Fernanda Câncio bem como as causas que defende, leia o "Glória Fácil", no qual creio que ela ainda colabora.
Para além do que escreve quase diariamnete no DN, do que escreveu no blog "Glória Fácil" (onde já não escreve), da nova colaboração no blog "5 dias" (http://5dias.net/) onde hoje, por exemplo, assina um interessante post sob o título "Pena e Psicoterapia", será dispiciendo recordar a sua entrega a grandes causas sociais como a dos excluídos (de toda a espécie sexo,raça, etc.), a sua activa participação pela despenalização da IVG em Portugal, o seu empenhamento na defesa do Estado laico e...
Finalmente, é autora de 3 livros que fáceis de ler e que desnudam a sua personalidade:
- "Olhem para mim (reportagem)" ;
- "Cidades sem Nome - Crónica da Condição Suburbana";
- "Até Não Perceber. 15 histórias de verdade a caminho da ficção (colectânea de reportagens)", acabado de sair.
Por fim, e como é notório, enoja-me vê-la tratada como a "querida do Sr. engenheiro"...
Não há pachorra!
Ponha a sola dos pés no chão, porque as pontas dos seus dedos já não devem aguentar.
Cada qual tem a pachorra necessária e suficiente para aquilo que quer... ou gosta.
Se gostar de intrometer-se na vida pessoal e afectiva das pessoas, faz favor.
Tem é de aceitar os que acham isso inadmissível.
Quanto a pôr "a sola dos pés no chão", estou de acordo.
Deveria, de facto, fazer mais caminhadas diárias.
Ou, melhor, se calhar deveríamos todos. Caso contrário, podemos engordar muito, quer o corpo quer o ego.