A IMPLOSÃO PARTIDÁRIA
Só por miopia se podem desvalorizar as lúcidas observações, o rigor intelectual e as críticas certeiras de Manuel Maria Carrilho ao actual sistema partidário no seu artigo «A implosão partidária» - o primeiro de uma série de três a publicar no DN.
Carrilho é um dos raros intelectuais portugueses que tem densidade cultural e dimensão internacional no campo da filosofia. Pensa a política com rigor e tem a capacidade de antecipar cenários.
É demolidor quando, erudito francófono, engloba nos «dissidentes de ocasião» Isaltino, Valentim, Roseta e Carmona. Tem razão ainda quando, como é seu hábito, começa pelo PS.
«Portugal está assim, três décadas depois do 25 de Abril, refém de uma poderosa tenaz política, entalado entre partidos profundamente esclerosados e uns ocasionais ímpetos independentistas, sem verdadeira coerência ou consistência».
Um diagnóstico em que vale a pena reflectir, advertências que urge ter em conta, sem preconceitos para com os traços negativos da personalidade do autor.
Carrilho é um dos raros intelectuais portugueses que tem densidade cultural e dimensão internacional no campo da filosofia. Pensa a política com rigor e tem a capacidade de antecipar cenários.
É demolidor quando, erudito francófono, engloba nos «dissidentes de ocasião» Isaltino, Valentim, Roseta e Carmona. Tem razão ainda quando, como é seu hábito, começa pelo PS.
«Portugal está assim, três décadas depois do 25 de Abril, refém de uma poderosa tenaz política, entalado entre partidos profundamente esclerosados e uns ocasionais ímpetos independentistas, sem verdadeira coerência ou consistência».
Um diagnóstico em que vale a pena reflectir, advertências que urge ter em conta, sem preconceitos para com os traços negativos da personalidade do autor.
Comentários
Partidos - todos - que perderam muitas das suas potencialidades, algumas fundamentais qualidades, para se transformarem em impiedosas máquinas de conquista do Poder.
A situação dos ditos "independentes", citados no texto, é o reflexo de uma outra preversão no interior dos partidos: o "carreirismo" que, pondo de lado, primariamente, as questões éticas, tudo derruba e, posteriormente, orquesta incríveis manipulações. Daí nascem os problemas que atravessam transversalmente todos. Necessariamente mais visíveis no poder local. Só mais visíveis porque de resto, dentro da lógica da organização, não pode ser diferente. Sublinho que os ditos "independentes" não são vítimas, são antes comparsas que o andar da carruagem os atropelou.
Há, contudo, um parágrafo que, aprentemente é uma afirmação de princípios, e quando relido e pensado, torna-se "assassino" para o PS:
"Reformar-se, revigorando os seus principais valores diferenciadores, sejam eles a marca ideológica de partido da igualdade ou o seu património histórico de partido da liberdade."
A pergunta que paira no ar é se Carrilho, que mostra aperceber-se dos vícios e erros do "sistema", irá abandonar a vida partidária, antes ou depois da "implosão", que anuncia com rara clarividência.
Não é por acaso que MMC põem a boca no trombone...o partido está esclerosado, tem de se reformar, reformando toda a classe dirigente.
Um míope assumido mas que usa meios de correcção…
Inimaginável noutros partidos (a reflexão) - sobretudo no PCP - e muito menos escrevê-la e expô-la a público.
o que é que o camarada carrilho disse de tao inovador?Que os partidos políticos correspondem a uma maioria de sanguessugas puco dotados mentalmente?
é pena só o dizer de boca cheia, dps de arrumar o tacho. grande cabrao
A crítica, que o Ponte Europa estimula e agradece, é incompatível com a linguagem soez que utiliza.
Peço-lhe para não repetir.