Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Os nossos políticos têm a mania de fazer bonito, para inglês ver, o pior é o nível de vida dos portugueses a baixar, cada dia que passa.
Alternativa...emigrar.
Embora, até ao momento, quase tudo tenha corrido bem, na presidência portuguesa da UE, continuam a existir problemas terríveis na área social onde pouco, ou nada, se tem avançado.
A assinatura do "Tratado" tudo absorve em esforços e atenções e tudo condiciona.
Não pretendendo estragar a "festa", talvez tenha chegado mais um momento (uma oportunidade) para voltar a chamar a atenção sobre um assunto dramático: OS MIGRANTES.
Muito se tem discutido e escrito sobre este assunto. Todavia, as medidas visíveis são essencialmente repressivas, isto é, implementar meios musculados que permitam travar a aventureira e perigosa diáspora do povos do norte de Africa e populações sub-saharianas, amontoados como sardinhas em autênticas "cascas de nozes", rumo à Europa.
Medidas de solidariedade social, poucas ou nenhumas. Inclusivé, em certos casos, o repatriamento é uma punição.
Num estudo efectuado pela associação "Médecins du Monde (MDM)" em vários Países europeus (que incluiu Portugal) só 24% dos emigrantes "sem papéis" recebe assistencia médica e/ou sanitária.
Todavia, há países onde esta situação é escandalosa, p. exº., a França onde só 7% destes emigrantes consegue aceder a qualquer tipo de assistência ou cobertura sanitária.
Muitos destes migrantes, sem documentos, desconhecem os direitos que "já" lhe estão consagrados no espaço da UE.
Essa ignorância barra-lhe todos os acessos. E, nesta situação, abrir vias de acesso deve ser a prioridade. Não o é. Porque, nesta Europa livre e democrática, o acesso deve ser desligado do facto de ter, ou não ter, papéis.
Enquanto, não se verifica esta "abertura", torna-se imperioso informá-los dos direitos que já possuiem.
No domínio da comunicação e da informação praticamente nada tem sido feito. É um grave problema que é empurrado (como o lixo) para debaixo do tapete.
Em todos os países da UE - não só em Portugal!
Todavia, Portugal que foi (continua a ser?) um país de emigração deveria ter a sensibilidade politica e social de enfrentar e tentar resolver este gritante problema.
Se desse esse passo seria, para mim, "impressionante", como agora já o é para o Sr. Watson.
Mas,onde anda a vossa consciência ou é só bluf? Tenho a certeza de que é só bluf e uma boa táctica para levar a carneirada formatada pelos Media privados (agitprop).Enganaram-me,mas já não me enganam mais...