Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Os nossos políticos têm a mania de fazer bonito, para inglês ver, o pior é o nível de vida dos portugueses a baixar, cada dia que passa.
Alternativa...emigrar.
Embora, até ao momento, quase tudo tenha corrido bem, na presidência portuguesa da UE, continuam a existir problemas terríveis na área social onde pouco, ou nada, se tem avançado.
A assinatura do "Tratado" tudo absorve em esforços e atenções e tudo condiciona.
Não pretendendo estragar a "festa", talvez tenha chegado mais um momento (uma oportunidade) para voltar a chamar a atenção sobre um assunto dramático: OS MIGRANTES.
Muito se tem discutido e escrito sobre este assunto. Todavia, as medidas visíveis são essencialmente repressivas, isto é, implementar meios musculados que permitam travar a aventureira e perigosa diáspora do povos do norte de Africa e populações sub-saharianas, amontoados como sardinhas em autênticas "cascas de nozes", rumo à Europa.
Medidas de solidariedade social, poucas ou nenhumas. Inclusivé, em certos casos, o repatriamento é uma punição.
Num estudo efectuado pela associação "Médecins du Monde (MDM)" em vários Países europeus (que incluiu Portugal) só 24% dos emigrantes "sem papéis" recebe assistencia médica e/ou sanitária.
Todavia, há países onde esta situação é escandalosa, p. exº., a França onde só 7% destes emigrantes consegue aceder a qualquer tipo de assistência ou cobertura sanitária.
Muitos destes migrantes, sem documentos, desconhecem os direitos que "já" lhe estão consagrados no espaço da UE.
Essa ignorância barra-lhe todos os acessos. E, nesta situação, abrir vias de acesso deve ser a prioridade. Não o é. Porque, nesta Europa livre e democrática, o acesso deve ser desligado do facto de ter, ou não ter, papéis.
Enquanto, não se verifica esta "abertura", torna-se imperioso informá-los dos direitos que já possuiem.
No domínio da comunicação e da informação praticamente nada tem sido feito. É um grave problema que é empurrado (como o lixo) para debaixo do tapete.
Em todos os países da UE - não só em Portugal!
Todavia, Portugal que foi (continua a ser?) um país de emigração deveria ter a sensibilidade politica e social de enfrentar e tentar resolver este gritante problema.
Se desse esse passo seria, para mim, "impressionante", como agora já o é para o Sr. Watson.
Mas,onde anda a vossa consciência ou é só bluf? Tenho a certeza de que é só bluf e uma boa táctica para levar a carneirada formatada pelos Media privados (agitprop).Enganaram-me,mas já não me enganam mais...