Momento de poesia
Sonho
Quando tu eras um “quase”
Nos meus latentes desejos,
E os meus primeiros beijos
Não tinham rompido a gaze
Que te afasta de mim,
Nem os teus olhos de lava
Tinham confessado o sim
Que a tua boca calava,
Os meus sentidos dispersos
Desesperavam-se a compor,
Para ti, lânguidos versos,
Magoadas queixas de amor.
Confesso – porque negá-lo
Se tanta gente o sabia!
Tu foste nesse intervalo
O motivo que envolvia
Tudo quanto eu produzi!
Até eu cheguei a crer
Que nem podia escrever
Se não a pensar em ti!
Cultivei, desde o inicio,
O teu amor proibido,
Com o frenesim desmedido
De quem resvala num vício.
Foste o álcool desejado,
Foste o meu jogo de azar,
Foste o tabaco doirado
Que me agradava fumar.
Foste, enfim, nesses momentos,
Nem sei se amargos se doces,
Tudo o que os meus pensamentos
Pretenderam que tu fosses!
Hoje na tranquilidade
Que me trouxe a tua ausência,
Se o perfume da saudade
Perturba a minha consciência,
Teu corpo frágil, esguio,
Que recordo sorridente,
É já perfil inocente
De vulcão que se extinguiu!
E posso, calmo, lembrar-te
Com suave gratidão,
Pela espontânea emoção
Que emprestaste à minha arte.
(À arte que eu produzi,
Quando eu andava convencido
De nada me ser devido
Que não viesse de ti…)
Quando tu eras um “quase”
Nos meus latentes desejos,
E os meus primeiros beijos
Não tinham rompido a gaze
Que te afasta de mim,
Nem os teus olhos de lava
Tinham confessado o sim
Que a tua boca calava,
Os meus sentidos dispersos
Desesperavam-se a compor,
Para ti, lânguidos versos,
Magoadas queixas de amor.
Confesso – porque negá-lo
Se tanta gente o sabia!
Tu foste nesse intervalo
O motivo que envolvia
Tudo quanto eu produzi!
Até eu cheguei a crer
Que nem podia escrever
Se não a pensar em ti!
Cultivei, desde o inicio,
O teu amor proibido,
Com o frenesim desmedido
De quem resvala num vício.
Foste o álcool desejado,
Foste o meu jogo de azar,
Foste o tabaco doirado
Que me agradava fumar.
Foste, enfim, nesses momentos,
Nem sei se amargos se doces,
Tudo o que os meus pensamentos
Pretenderam que tu fosses!
Hoje na tranquilidade
Que me trouxe a tua ausência,
Se o perfume da saudade
Perturba a minha consciência,
Teu corpo frágil, esguio,
Que recordo sorridente,
É já perfil inocente
De vulcão que se extinguiu!
E posso, calmo, lembrar-te
Com suave gratidão,
Pela espontânea emoção
Que emprestaste à minha arte.
(À arte que eu produzi,
Quando eu andava convencido
De nada me ser devido
Que não viesse de ti…)
.
a) Armando Moradas Ferreira
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