O medo como arma populista (3)

Paulo Portas, esse que o leitor sabe, o fato às riscas com um ministro da Defesa dentro, o comprador de dois submarinos (um para subir, outro para descer), o que pôs na pasta da Justiça a Dr.ª Celeste Cardona (vá lá saber-se para quê), o mesmo que fez Bagão Félix ministro, até das Finanças, o homem que não faltou à missa de corpo presente da Irmã Lúcia, esse mesmo, que também evitou que a maré negra do Préstige chegasse a Portugal, dadas as suas boas relações com a Senhora de Fátima, mas que não impediu a falência da Amostra, os sucessivos esquecimentos fiscais, o abate dos sobreiros e os financiamentos duvidosos do CDS, Paulo Portas – dizia –, voltou à carga, na AR, com os problemas da (in)segurança.

A direita, a direita mais afastada do centro, no seu populismo e demagogia não resiste a deixar que lhe deslize o pé para a chinela, a utilizar medos para os aumentar e a inventar fantasmas assustadores para criar o clima propício a actuações autoritárias.

Para desmentir o pescador de águas turvas, aproveito o trabalho da excelente jornalista Fernanda Câncio que, não tendo à mão as estatísticas dos últimos 100 anos – segundo ela própria disse –, usou as dos últimos 14 anos, disponíveis na Internet para qualquer cidadão, num artigo do Diário de Notícias:

«Em 1994 foram registados 424 homicídios. Em 1995, 408. Em 1996, 391. Em 1997, 381. Em 1998, 340. Em 1999, 299. Em 2000, 247. Em 2001, 282. Em 2002, 266. Em 2003, 271. Em 2004, 187. Em 2005, 133. Em 2006, 194. E, finalmente, em 2007, 135. Esta evolução corresponde a uma descida sustentada de 68,2%».

Comentários, para quê?

Comentários

Anónimo disse…
CE,
A (in)segurança mede-se pelo n.º de homicídios registados em cada ano?
Curioso...
Anónimo disse…
Não só, mas também.
Anónimo disse…
O post esqueceu uma outra memorável façanha do Dr. Paulo Portas, enquanto Ministro do Mar que não sabia que também ia ser qundo tomou posse: proibiu o chamado "barco do aborto"
de vir a Portugal difundir ideias "subversivas", que depois o povo português, mesmo sem cá entrar o barco, aprovou por referendo!
Anónimo disse…
AHP:

É verdade, o heróico MDN obrigou um barco armado de pílulas a recuar, perante a Marinha portuguesa.

Creio que foi a última batalha marítima que os bons portugueses ganharam.
RJ disse…
As façanhas são múltiplas e o seu currículum vitae é extenso: "vichyssoise", manifesto em português suave(Carlos Candal), feiras, moderna, jaguar, submarinos etc...

PS: Anedota:
O Santana Lopes e o Marcelo Rebelo de Sousa montaram uma empresa ligada às madeiras.

O Santana monta secretárias e o Marcelo monta portas.
Anónimo disse…
Personagem sem escúpulos nem honra, recordo-me da sua maior façanha na qual perdeu as eleiçoes para o grupo parlamentar por 8 votos contra 7 e na qual o Monteiro ficou com a imagem de falseador por exibir uma caneta que alegadamente nao usou.
O que sucedeu a seguir foi que a"virgem púdica" Paulo Portas promoveu uma conferência de imprensa muito amarga contra a direccçao existente, fazendo-se para o efeito acompanhar dos deputados do seu séquito que eram justamente 7, e que se posicionaram atrás do seu "querido líder".
Conclusao: os 7 mais Portas fariam 8 votos. é mais que óbvio, o indigente moral Portas votou contra ele próprio. Parece lógico, foi o que me garantiram e no qual eu acredito sem pestanejar.

Caramba, tudo o que disser mal de Portas nao chega sequer a um centésimo do rol de patifarias que elaborou. Sendo tentador nao posso revelar algumas situaçoes que chegaram ao meu conhecimento pois, apesar de nao duvidar das mesmas nao as posso de forma alguma provar mas que atestavam como o interesse público se pode subordinar a interesses mesquinhos e vinganças pessoais a gente a quem arruinou por completo a vida política e em alguns casos a vida social.

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