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A FRASE
Por
Carlos Esperança
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A descolonização trágica e a colonização virtuosa
Por
Carlos Esperança
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Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Embora seja imprescindível uma posição da Esquerda em relação às próximas eleições presidenciais, a sensação prevalecente é que existe receio de dar o primeiro passo. Ou melhor, aquele que ousar dar esse primeiro passo, "queima-se".
A (re)candidatura de Manuel Alegre pode - no estadio actual de maturação deste problema que temos para enfrentar - ser extemporânea, já que, mesmo no interior do PS, existem importantes clivagens sobre esta questão, quanto mais na Esquerda remanescente...
Infelizmente, a agenda política não tem permitido uma discussão serena da situação. Hoje a Esquerda não se conforma com a deriva direitista do actual Presidente da República. Cavaco e Silva perdeu (desbaratou) o privilégio de reivindicar um posicionamento abrangente como “presidente de todos os portugueses”.
Seria necessário neste ano de comemorações do centenário da República que tivesse lugar a promoção de um Convénio de Consenso para a Dignificação da República. Daí poderia nascer luz!
Mas para todos há uma noção que é insofismável: o tempo urge.
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Tenta Alegre os votos conseguidos nas útimas eleições que acabaram por dar a vitória Cavaco e a derrota a Soares. Diz-se por aí que a candidatura de Alegre é imparavável, mas os votos conseguidos na últimas Presidenciais não passam de uma miragem.
Os tempos são outros e perfilam-se já (na sombra, claro está) outros candidatos com outro peso ao centro e à esquerda.
Manuel Alegre, natural de Águeda, deputado por Coimbra as vezes que quis, deixa pouca obra no Mondego. Mas Coimbra sabe perpetuar mesmo aqueles de quem pouco recebeu; e por isso lhe ergueu, no blíssimo parque da cidade, uma estátua maior e mais bem localizada do que o modesto busto do homem que construiu aquele espaço verde: Manuel Braga.
Diz-se pelas Beiras que "é preciso ir devagar...para chegar depressa!"