A verdade epistemológica vs a dúvida metódica…
Vivem-se tempos difíceis para os paladinos do obscurantismo, das mistificações, do encobrimento.
O semanário Expresso, que apareceu nas bancas neste fim-de-semana, traz uma longa e extemporânea entrevista de Fernando Lima sobre o célebre “Caso das Escutas de Belém”.
É um depoimento defensivo, sem garra e pouco meritório para um suposto suporte de uma incontestável inocência de Fernando Lima no desempenho do papel de assessor de Imprensa do PR.
Intitulou o arrazoado que debitou para o "Expresso" de “A minha verdade”. Todavia, conseguiu ser mais comedido do que o seu Chefe quando da sua célebre (...por maus motivos) comunicação ao País.
O depoimento “A minha verdade” pressupõe, desde logo, que os portugueses, poderão suspeitar da existência de outra(s) verdade(s), ou, na pior das hipóteses, que se ocultaram verdades (tout court).
E, o entrevistado, não esconde que existiu uma conversa privada, "off the record", pessoal ( …e, supostamente, intransmissível?) que teria sido seguida de uma violação do segredo profissional, a que o segundo interlocutor do tête-à-tête, teria sucumbido, sedento do brilho das luzes da ribalta ou, pelo menos, ansioso por ser protagonista de uma tramóia conspirativa do âmbito da espionagem ou, de um inverosímil e inacreditável episódio de " espionice politiqueira".
A entrevista não consegue fazer o "delete" do e-mail transcrito na Imprensa. A entrevista não desmente o e-mail. Fernando Lima diz que o e-mail não tem correspondência com a realidade.
Acredito. A perseguida “verdade”, ou mesmo a estricta realidade, pode ser bem pior da que saiu a público, no “Público”…
Entretanto, ao pretender repor a verdade a fim de como diz – para que a ”mentira não passe incólume à História” - esqueceu-se de explicar porque foi exonerado das funções que desempenhava.
Pior, ainda, foi não explicar porque, posteriormente, foi nomeado assessor político da Casa Civil do Presidente da República, da chefia de Nunes Liberato. Dívidas de fidelidade?
O “caso das escutas da PR” não ficou esclarecido com a longa entrevista de Fernado Lima, muita dela, sob a forma interrogativa. Longe disso.
Depois, o facto de Fernando Lima sentir a necessidade de voltar a terreiro para esclarecer “a verdade”, depois da incrível, imprudente e inclassificável, comunicação do Presidente da República ao País, fala por si.
Um dia, a verdade exacta, sincera, de boa-fé será axiomática, antes de ser simplesmente mediática.
PS – Se a suposta intriga foi contemporânea com um período eleitoral, este testemunho do “inamovível” assessor de Belém, não precede outra campanha que se avizinha?
A coerência pode, de facto, não ser um privilégio, nem sequer uma virtude, dos conselheiros políticos.
O semanário Expresso, que apareceu nas bancas neste fim-de-semana, traz uma longa e extemporânea entrevista de Fernando Lima sobre o célebre “Caso das Escutas de Belém”.
É um depoimento defensivo, sem garra e pouco meritório para um suposto suporte de uma incontestável inocência de Fernando Lima no desempenho do papel de assessor de Imprensa do PR.
Intitulou o arrazoado que debitou para o "Expresso" de “A minha verdade”. Todavia, conseguiu ser mais comedido do que o seu Chefe quando da sua célebre (...por maus motivos) comunicação ao País.
O depoimento “A minha verdade” pressupõe, desde logo, que os portugueses, poderão suspeitar da existência de outra(s) verdade(s), ou, na pior das hipóteses, que se ocultaram verdades (tout court).
E, o entrevistado, não esconde que existiu uma conversa privada, "off the record", pessoal ( …e, supostamente, intransmissível?) que teria sido seguida de uma violação do segredo profissional, a que o segundo interlocutor do tête-à-tête, teria sucumbido, sedento do brilho das luzes da ribalta ou, pelo menos, ansioso por ser protagonista de uma tramóia conspirativa do âmbito da espionagem ou, de um inverosímil e inacreditável episódio de " espionice politiqueira".
A entrevista não consegue fazer o "delete" do e-mail transcrito na Imprensa. A entrevista não desmente o e-mail. Fernando Lima diz que o e-mail não tem correspondência com a realidade.
Acredito. A perseguida “verdade”, ou mesmo a estricta realidade, pode ser bem pior da que saiu a público, no “Público”…
Entretanto, ao pretender repor a verdade a fim de como diz – para que a ”mentira não passe incólume à História” - esqueceu-se de explicar porque foi exonerado das funções que desempenhava.
Pior, ainda, foi não explicar porque, posteriormente, foi nomeado assessor político da Casa Civil do Presidente da República, da chefia de Nunes Liberato. Dívidas de fidelidade?
O “caso das escutas da PR” não ficou esclarecido com a longa entrevista de Fernado Lima, muita dela, sob a forma interrogativa. Longe disso.
Depois, o facto de Fernando Lima sentir a necessidade de voltar a terreiro para esclarecer “a verdade”, depois da incrível, imprudente e inclassificável, comunicação do Presidente da República ao País, fala por si.
Um dia, a verdade exacta, sincera, de boa-fé será axiomática, antes de ser simplesmente mediática.
PS – Se a suposta intriga foi contemporânea com um período eleitoral, este testemunho do “inamovível” assessor de Belém, não precede outra campanha que se avizinha?
A coerência pode, de facto, não ser um privilégio, nem sequer uma virtude, dos conselheiros políticos.
Comentários
Resta esperar que o primeiro responsável pelo referido "caso", não se lembre de fazer outra daquelas indecifráveis e perturbadoras comunicações ao País que costumam deixar os cidadãos estupefactos.
Daqui para a frente, i.e., na fase final do mandato de Cavaco Silva, poderá haver a tentação de incrementar da actividade criativa e imaginativa de "factos políticos".
Nesse sentido, a entrevista ao Expresso de Fernado Lima poderá ser o primeiro sinal de uma viragem táctica. O novo assessor político do PR é que sabe...
Esperemos para ver.
!
Espero mantenham rumo,
condecorem Dias Loureiro
e o senhor dos BPN, do BPP, Engº Jardim Gonçalves e o outro que não é Gonçalves...
democrata da madeira
Abraço