Jorge Sampaio - referência ética e política

Sampaio quer convergência de esforços para acabar com corporativismo

Jorge Sampaio, que recebeu o grau de doutor "honoris causa" da Universidade de Coimbra, defendeu ainda a importância de um compromisso político para a provação do Orçamento de Estado.

Comentários

e-pá! disse…
Clarividentes os avisos do Dr. Jorge Sampaio relativamente a incontornáveis compromissos das forças políticas (não só no OGE...) quanto ao futuro dos portugueses.
A situação politica, económica e social portuguesa está tão "perturbada" que será inevitável construir uma estratégia consensual para o futuro, contemplando o modelo de desenvolvimento e, prioritariamente, um eficiente combate às, cada vez mais vastas, bolsas de pobreza geradoras de um volumoso número de "excluídos", nódoa social intolerável com a consciência e o exercício de uma cidadania democrática.

Na última campanha eleitoral para as Legislativas tivemos oportunidade de vislumbrar distintos e dispares modelos para enfrentar a crise no “nosso” País.

Na discussão do OGE tivemos oportunidade de observar que a procura desse consenso, por parte do Governo, sofreu de múltiplos enviesamentos.

Havendo uma clara maioria sociológica de Esquerda a busca de acordos deslocou-se para a área do Centro-Direita.
Certo, que a Esquerda - de forma abrupta - bloqueou o debate e a obtenção de um alargado acordo estratégico que respeitasse um equilíbrio entre o esforço da contribuição dos portugueses e observasse, ao mesmo tempo, equidade na distribuição da riqueza. Deixou, assim, o Governo prisioneiro da Direita.
Uma Direita que vive e sobrevive à volta dos seus próprios interesses à revelia das relevantes questões públicas, sejam elas, políticas, económicas ou sociais, colocou-se disponível para negociar. Os resultados estão à vista.
O OGE deverá passar sem qualquer compromisso formal quanto ao nosso futuro que, como sabemos, não finda em 2010.
A abstenção do CDS/PP e do PSD não é mais do que a fuga ao assumir responsabilidades e comporta a ilusão de que esse Centro-Direita “trabalha” para o bem comum, ao evitar, melhor seria dizer, ao adiar, uma grave crise política.

A discussão prévia do OGE revelou, antes de tudo, um intolerável autismo das forças políticas perante um surdo clamor nacional e criou um tremendo vazio estratégico, totalmente desfasado da grave crise económica e financeira em que o País está mergulhado.
O OGE de 2010, será mais um documento para sustentáculo da nossa deriva perante o futuro.
Até quando o País suporta tamanha irresponsabilidade?

Por este caminho não vamos longe, apesar do qualificado e oportuno apelo do Dr. Jorge Sampaio.

Ninguém – nem a Esquerda nem a Direita – serão, no futuro, isentadas das suas enormes responsabilidades. E quando o “pânico” se instala, a Democracia estremece…
!

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