A Objecção de Consciência



Conta-nos o «Diário de Notícias» que, ao que parece, há por aí Conservadores e funcionários das Conservatórias do Registo Civil que pretendem recusar-se a celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo, alegando como fundamento para tal decisão a sua «objecção de consciência».

Pois bem:
Tenho a declarar que concordo plenamente com estas pessoas!

Não que a sua objecção tenha alguma espécie de fundamento legal, que obviamente não tem.

Mas pura e simplesmente porque essa objecção, mesmo que não seja legal, é de «consciência», e isso revela sentimentos e uma opção ideológica que não podemos desprezar e que num Estado de Direito, por muito que não concordemos, nos cumpre a todos respeitar.

Assim, constitui minha firme opinião que qualquer funcionário ou Conservador do Registo Civil que, por força dos seus inabaláveis sentimentos de homofobia e de preconceito ou discriminação para com os demais cidadãos, pretenda alegar «objecção de consciência» para se recusar a desempenhar as funções para que o Estado lhe paga e para celebrar casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo, deve ser respeitado nessa sua decisão.
Deve-lhe ser principalmente permitido assumir uma posição de coerência e de honestidade intelectual.

Deste modo, mal qualquer funcionário alegue «objecção de consciência», penso que deve ser-lhe permitido demitir-se imediatamente da Função Pública!

Comentários

Claro e transparente como água lisa!
Mas a certa gentinha desta nossa terra convém muitas vezes confundir o cu com as calças. A ver se passa!
ana disse…
Ora vejam só o atrevimento! Mas quem é que esta gente se julga? Imagine-se alguém a trabalhar no sector privado e a recusar-se a cumprir as suas obrigações. O que lhe aconteceria? Pois...
Fernando Frazão disse…
Gostei. Pense no mundo de oportunidades. O funcionário das Finanças "objecta" contra o pagamento de IRS, o empregado do banco "objecta" contra a devolução de um cheque careca e por aí fora.
Do melhor.
Limão disse…
E no caso dos Médicos com a interrupção da gravidez? Também se poderia ter a mesma opinião...!
Ah!, mas Médicos e Professores são outras "classes"!

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