HAITI - Hillary vs Catherine… et le talent de bien faire…
A UE será um dos principais contribuintes mundiais para a ajuda humanitária ao desastre haitiano.
Contribuirá com cerca de 400 milhões de euros, enquanto, p. exº., os EUA o montante a despender será de cerca 100 milhões de dólares.
Mas, nos meios de comunicação internacionais, a presença americana “apaga” todos os restantes cooperantes, enquanto as imagens difundidas para o Mundo mostram yankees em todas as esquinas e ruas de Port-au-Prince. São porta-aviões, helicópteros, GI’s, é o controlo do aeroporto e do espaço aéreo, etc.
Este cenário não é inédito. Com as devidas especificidades já foi assim a quando do tsumani de 2004, onde, também, a UE, acabou por pagar a maior factura, enquanto assistíamos a filantrópicas de militares americanos lançando sacos de arroz com a inscrição “EU Aid”.
A 16 de Janeiro chegava ao aeroporto de Port-au-Prince, Hillary Clinton, com grande alarido e rodeada de desproporcionados meios mediáticos para anunciar, e sublinhar ao Mundo, o empenho americano.
Onde estava, nesse dia, Catherine Ashton?
1. No Haiti? Com certeza que não, porque o tráfego aéreo estava muito saturado…e uma catástrofe da dimensão da do Haiti será – em termos de diplomacia e humanitários – para a Senhora Comissária pouco significativa. É muito mais cómodo um weekend in London…
2. Em Bruxelas, a coordenar a ajuda europeia? Não! Errou. ..
Ela estava tranquila em Londres e só regressou a Bruxelas no dia 18, para presidir ao conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE…
Confrontada com esta situação a explicação dada, através do seu porta-voz, foi curta e sucinta: Nós não queremos fazer “turismo do desastre”…!!!
Entretanto, para "salvar" a honra da casa, o Secretário de Estado francês para a Cooperação, Alain Joyandet e o Comissário Europeu para a Ajuda Humanitária, Karel De Gucht, estavam, ou dirigiam-se, para o Haiti.
Enfim, a situação da Srª Catherine Ashton é cada dia mais frágil. A sua prestação perante o Parlamento Europeu foi decepcionante, nomeadamente em relação a áreas sensíveis da política externa europeia, como é o caso da situação no Médio Oriente e as relações com a Rússia, onde não foi capaz de explicitar qualquer estratégia para além de andar a reboque dos EUA. Agora, no Haiti, nem consegue apanhar uma boleia para Port-au-Prince. Receia que os americanos demorem a autorizar a sua aterragem.
Porque, Catherine Ashton deveria, enquanto representante dos Negócios Estrangeiros da EU, saber que, em diplomacia, não contam somente os actos, sendo , também, importante o simbolismo político e institucional da presença física (visibilidade) no terreno.
Porque, em meu entender, os haitianos nem sequer sabem que Bruxelas existe…
Contribuirá com cerca de 400 milhões de euros, enquanto, p. exº., os EUA o montante a despender será de cerca 100 milhões de dólares.
Mas, nos meios de comunicação internacionais, a presença americana “apaga” todos os restantes cooperantes, enquanto as imagens difundidas para o Mundo mostram yankees em todas as esquinas e ruas de Port-au-Prince. São porta-aviões, helicópteros, GI’s, é o controlo do aeroporto e do espaço aéreo, etc.
Este cenário não é inédito. Com as devidas especificidades já foi assim a quando do tsumani de 2004, onde, também, a UE, acabou por pagar a maior factura, enquanto assistíamos a filantrópicas de militares americanos lançando sacos de arroz com a inscrição “EU Aid”.
A 16 de Janeiro chegava ao aeroporto de Port-au-Prince, Hillary Clinton, com grande alarido e rodeada de desproporcionados meios mediáticos para anunciar, e sublinhar ao Mundo, o empenho americano.
Onde estava, nesse dia, Catherine Ashton?
1. No Haiti? Com certeza que não, porque o tráfego aéreo estava muito saturado…e uma catástrofe da dimensão da do Haiti será – em termos de diplomacia e humanitários – para a Senhora Comissária pouco significativa. É muito mais cómodo um weekend in London…
2. Em Bruxelas, a coordenar a ajuda europeia? Não! Errou. ..
Ela estava tranquila em Londres e só regressou a Bruxelas no dia 18, para presidir ao conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE…
Confrontada com esta situação a explicação dada, através do seu porta-voz, foi curta e sucinta: Nós não queremos fazer “turismo do desastre”…!!!
Entretanto, para "salvar" a honra da casa, o Secretário de Estado francês para a Cooperação, Alain Joyandet e o Comissário Europeu para a Ajuda Humanitária, Karel De Gucht, estavam, ou dirigiam-se, para o Haiti.
Enfim, a situação da Srª Catherine Ashton é cada dia mais frágil. A sua prestação perante o Parlamento Europeu foi decepcionante, nomeadamente em relação a áreas sensíveis da política externa europeia, como é o caso da situação no Médio Oriente e as relações com a Rússia, onde não foi capaz de explicitar qualquer estratégia para além de andar a reboque dos EUA. Agora, no Haiti, nem consegue apanhar uma boleia para Port-au-Prince. Receia que os americanos demorem a autorizar a sua aterragem.
Porque, Catherine Ashton deveria, enquanto representante dos Negócios Estrangeiros da EU, saber que, em diplomacia, não contam somente os actos, sendo , também, importante o simbolismo político e institucional da presença física (visibilidade) no terreno.
Porque, em meu entender, os haitianos nem sequer sabem que Bruxelas existe…
Comentários
Os meus netos vão ter muitas saudades deste tempo em que a primeira potência eram os EUA... e não a China...
Quanto aos EUA, talvez seja bom conhecermos melhor o que sustentou este país como potência mundial. A este propósito sugiro como obrigatório em qualquer biblioteca, dois livros: "I.T.T. Imperialismo no Chile: Dossier Anderson" Edições Afrontamento dúvido porém que encontrem. Este Anderson foi um jornalista americano que compilou documentos do Dep. de Estado, ITT e CIA e que nos dizem a verdade sobre o drama que aconteceu no Chile. O outro, é "História da CIA - Um Legado de Cinzas" de Tim Weiner, prémio Pulitzer, da Difel de 2009, para que tanto nós como os netos saibamos melhor a forma como os EUA foram um dia a primeira potência mundial.