Coelho e a 'filosofia' da cordoaria..
Participando nas ‘Jornadas da Consolidação, Crescimento e Coesão’ do PSD, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu na noite desta sexta-feira, no Porto, que: “os portugueses estão num momento em que devem estar confiantes de que os objectivos podem ser cumpridos sem que a corda que está esticada possa partir”. link
O recurso a esta 'filosofia' da corda vai dar pano para mangas. Todos pressentimos a corda esticada mas ainda vai dando para ‘bambolear’ em Jornadas (partidárias e só nessas).
O ‘equilibrista’ que sobre ela quer continuar a transitar parece, subitamente, aperceber-se que lhe terão retirado a rede. Desapareceu o chão que deveria estar por debaixo.
No meio do percurso vê do outro lado, no palanque, os mercados (onde esteve há poucos dias) acenando-lhe com glórias e aplausos, mas o agora ‘malabarista’ que andou este tempo a tecer uma entrelaçada teia verifica que lhe falta o ‘pé’. Começou a ser sugado por uma violenta ‘espiral’ (que nega), que o está a ‘desequilibrar’ (e a atirar borda fora - da tensa 'corda').
Passos Coelho trouxe à memória um conhecido aforismo: “O caminho certo passa sobre uma corda esticada pouco acima do chão. Parece antes destinado a fazer com que as pessoas tropecem do que levá-las a um bom fim…” Franz Kafka. (Franz Kafka. Aforismos. Portugal: Ed. Ulmeiro, 2001, pp.7).
A corda (esticada) não terá necessariamente de partir (porque isso seria catastrófico) mas é cada vez mais nítido e certo que, mais cedo do que tarde, 'alguém' vai tropeçar nela.
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