Vaticano - O Papa, a teocracia e a liturgia
No bairro de 44 hectares – o Vaticano – abre, dentro de 48
horas, uma vaga para Papa. O atual, apesar de se encontrar em Governo de
gestão, portou-se como soe acontecer com líderes profanos: continuou a proceder
a exonerações e nomeações. Substituiu o titular do cargo mais importante – o gerente
do IOR, aceitou a resignação de cardeais pouco recomendáveis, nomeou o novo
bispo de Lisboa, futuro cardeal, e antecipou o consistório.
Sendo o primeiro Papa a sair vivo do cargo, em quase 600
anos, criou alguns problemas à monarquia cujo sucessor, perdida a tradição dos
Bórgias, deixou de ser filho. Serão os cardeais a eleger o sucessor, tendo sido
a maioria criados (este é o termo canónico) pelo “Papa emérito”, título em
linha com o dos bispos que terminam o prazo de validade mas que demorou vários
dias a encontrar.
Há mordomias que liminarmente perde. Fica sem o anel, que
será destruído, poupando o dedo; fica proibido de usar a batina de peregrino
mas deixam-no continuar a vestir-se de branco; a interdição absoluta atinge também
os sapatinhos vermelhos e o camauro.
Antes das 20H00 (19H00, em Lisboa) vai para Castel Gandolfo
onde ficará dois meses, até à conclusão das obras do convento, no Vaticano,
onde ficará até que o ciclo de vida se cumpra. A euforia provocada pela eleição
do novo Papa rapidamente o fará esquecer.
Manterá, contudo, o título de Santidade, título que designa
a profissão e o estado civil, e o pseudónimo de Bento XVI.
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