Manuel Louzã Henriques – uma referência nacional
O convite da editora Lápis de Memórias e das autoras Manuela
Cruzeiro e Teresa Carreiro foi aceite por mais gente do que o auditório do
Conservatório da Música, em Coimbra, comportava. Não havia lugares sentados
para todos mas ninguém se afastou.
O livro «Manuel Louzã Henriques – Algures Com Meu(s)
Irmão(s)», cujas 460 páginas ficarão para ler nos próximos dias, foi o pretexto
para a grandiosa homenagem ao mais avesso dos cidadãos a homenagens ou veneras.
Centenas de amigos vieram, de todo o país, abraçar o velho comunista,
o preso político a quem a ditadura impediu uma carreira universitária e a
democracia jamais ressarciu, e abraçar um homem como já não há.
Louzã Henriques é uma personalidade de rara dimensão ética e
cultural, de inexcedível coragem cívica e grandeza humana. Foram muitas as
cumplicidades que, à falsa fé, ali levaram o médico psiquiatra, escritor, político,
homem eclético que mergulhou no povo a raiz de uma insuperável cultura.
Raros foram os homens deste país, no último século, de tão
amplo ecletismo cultural e, muito poucos, foram capazes de reunir a admiração
de tão amplos setores de opinião.
Mais do que culto – e é-o numa dimensão inexcedível –, Louzã
Henriques, um notável conversador e um pedagogo excelso, é, sobretudo, um homem
sábio, um ser humano de afetos insuperáveis e uma personalidade singular.
Ninguém saberá dizer dele tudo o que é, mas à sua dimensão
humana e afetiva, aqui fica a homenagem de um amigo que o ouve embevecido e o
admira sem reservas.
Comentários
Tive a sorte de trabalhar com ele, aprender com ele, deliciar-me a ouvir as historias dele ao sabor do encanto da Marques de outros tempos. Em casa naquele ninho ao lado daquela MULHER udo respira afeto e disponibilidade. Tudo, mas sempre tudo salpicado com muita, muita cultura e recheado de uma grande sabedoria.