UM REBANHO DE CARNEIROS OU UMA MATILHA DE RAFEIROS
Muito mal se tem dito – e com toda a razão – do ignóbil Passos Coelho. Muito mal se tem dito – e com toda a razão – do execrável Gaspar. Muito mal se tem dito – e com toda a razão – do titubeante, inoperante e colaborante Cavaco.
Porém, têm escapado à crítica aqueles que são, em última análise, os verdadeiros responsáveis pela situação abissal a que o País chegou. Aqueles graças a quem o governo se mantém no poder, aqueles que podiam derrubá-lo e não derrubam, aqueles que lhe aprovam as celeradas leis: os deputados da maioria parlamentar.
É neles que reside verdadeiramente o Poder. Sem eles o governo não poderia manter-se. Sem eles não poderiam ser aprovados orçamentos inconstitucionais, nem as leis com que o governo massacra o povo português. Foram eles que receberam diretamente um mandato do Povo, com base no qual se formou o governo.
O PSD tem na Assembleia da República 128 deputados. Todos eles foram eleitos com base num programa que o seu partido apresentou aos eleitores na campanha eleitoral, e com o qual aliciou a maioria desses eleitores. Ora o governo tem seguido uma política completamente contrária a esse programa, traindo assim esses eleitores.
Muitas figuras gradas do próprio PSD se têm oposto às medidas mais chocantes do governo: Pacheco Pereira, Manuela Ferreira Leite, o próprio Marcelo, são apenas alguns exemplos. Mas dos 128 deputados nunca se ouviu uma única palavra de discordância. Nunca nenhum votou contra uma proposta governamental (salvo uns poucos deputados da Madeira e dos Açores, por razões “insulares”, e um ou outro caso isolado em questões de pouca importância). Nunca nenhum se sentiu traído por o governo seguir uma política contrária ao programa com base no qual foi eleito.
Daqui só pode tirar-se uma conclusão: esses deputados são uma cambada de invertebrados, que estão na Assembleia apenas para cumprir as ordens do governo, incapazes de pensar com a sua própria cabeça, insuscetíveis de ter um rebate de consciência, ou completamente destituídos de consciência. Pessoas sem qualquer assomo de dignidade e sem coluna vertebral. Uns meros criados do governo.
Enfim, uma desprezível carneirada.
Ou uma matilha de cães rafeiros, acefalamente obedientes a qualquer assobiadela do dono.
Porém, têm escapado à crítica aqueles que são, em última análise, os verdadeiros responsáveis pela situação abissal a que o País chegou. Aqueles graças a quem o governo se mantém no poder, aqueles que podiam derrubá-lo e não derrubam, aqueles que lhe aprovam as celeradas leis: os deputados da maioria parlamentar.
É neles que reside verdadeiramente o Poder. Sem eles o governo não poderia manter-se. Sem eles não poderiam ser aprovados orçamentos inconstitucionais, nem as leis com que o governo massacra o povo português. Foram eles que receberam diretamente um mandato do Povo, com base no qual se formou o governo.
O PSD tem na Assembleia da República 128 deputados. Todos eles foram eleitos com base num programa que o seu partido apresentou aos eleitores na campanha eleitoral, e com o qual aliciou a maioria desses eleitores. Ora o governo tem seguido uma política completamente contrária a esse programa, traindo assim esses eleitores.
Muitas figuras gradas do próprio PSD se têm oposto às medidas mais chocantes do governo: Pacheco Pereira, Manuela Ferreira Leite, o próprio Marcelo, são apenas alguns exemplos. Mas dos 128 deputados nunca se ouviu uma única palavra de discordância. Nunca nenhum votou contra uma proposta governamental (salvo uns poucos deputados da Madeira e dos Açores, por razões “insulares”, e um ou outro caso isolado em questões de pouca importância). Nunca nenhum se sentiu traído por o governo seguir uma política contrária ao programa com base no qual foi eleito.
Daqui só pode tirar-se uma conclusão: esses deputados são uma cambada de invertebrados, que estão na Assembleia apenas para cumprir as ordens do governo, incapazes de pensar com a sua própria cabeça, insuscetíveis de ter um rebate de consciência, ou completamente destituídos de consciência. Pessoas sem qualquer assomo de dignidade e sem coluna vertebral. Uns meros criados do governo.
Enfim, uma desprezível carneirada.
Ou uma matilha de cães rafeiros, acefalamente obedientes a qualquer assobiadela do dono.
Comentários
A representação nacional reflecte o povo, e as críticas chovem facilmente contra uns (PSD) ou outros (PS), quando governam
Hoje diz-se que a culpa dos problemas portugueses é da Europa ou do BCE, ou do FMI, enfim, da "troika".
Temos sempre que encontrar culpados, quando somos nós os responsáveis e os culpados da fraca actividade criadora de empregos, para termos os meios dos nossos desejos.
Os problemas de hoje vêem da gestão calamitosa dos governos sucessivos que deixaram crescer a divida externa.
Não é insultando a representação nacional, que vamos melhorar a vida dos Portugueses.
Sem espírito de abnegação e criatividade, não progredimos.
Reformar a agricultura, atrair grupos industriais e aumentar a fraca produtividade, são talvez soluções para melhorar o nível de vida e para uma justiça social correcta.
Os atropelos à constituição, mostram o baixo nível dos governantes de hoje, mas também não vejo nenhuma luz do lado do PS.
A representação nacional devia refletir o povo. Mas não é esse o caso dos deputados do PSD, que, tendo sido eleitos pela maioria dos eleitores, que aliciaram com um certo programa, estão a avalizar cegamente uma política contrária a esse programa e contrária à opinião dos próprios eleitores que os elegeram, que hoje estão na sua maioria contra o governo. Estão a traír esses eleitores. Refletem apenas a opinião dos banqueiros, do Borges e quejandos.
Em relação a este governo, não pretendo ser "construtivo"; acho, definitivamente, que ele só merece ser derrubado.
Diz que "somos nós os responsáveis e os culpados". Nós quem? Eu não sou concerteza!
Não insultei a representação nacional. Aliás, sou radicalmente contra aqueles que atacam a A.R., que condenam genericamente todos os deputados, e até contra aqueles que não votam (embora lhes reconheça o direito de não votar).
Limitei-me a criticar, em termos duros como eles merecem, os deputados do PSD, que, esses sim,com o seu comportamento canino, envergonham e desacreditam a representação nacional.
Desde o 25 de Abril,já vivi muitas vezes sob maiorias parlamentares do PSD e do CDS. Nunca as critiquei, a não ser em termos de discordar democraticamente das suas posições.
Mas esta maioria é diferente de quaisquer outras. É uma aberração, um cancro que está a corroer a democracia. Nunca se tinha visto uma coisa assim. Por isso, perdeu há muito o direito a ser tratada com respeito pelos democratas.
Nada de estranhar, pois não passamos de um grande rebanho!!!
Um insuportável abuso sobre os eleitores é hoje a regra de muitos regimes democráticos.
Todo este ritual que assenta numa representatividade enviesada (porque alterada) tem muitas semelhanças com as práticas religiosas. Anunciam para hoje sacrifícios, pesadas penitências e de seguida proclamam que amanhã, daqui a 1 ano, ou dez, ou na 'vida eterna', vamos ser recompensados... ('uns' com dezenas de virgens, 'outros' com a comenda de 'santidade paradisíaca' ou de ingenuidade).
A incapacidade de responsabilização dos agentes políticos está a matar a democracia. Como estas 'reformas' são muito lentas o que acontece é o divórcio entre eleitores e eleitos e a abstenção nos escrutínios futuros. Esta preverão democrática pode, em ultima análise, favorecer a eternizarão de uma tenebrosa clique 'pseudo-democracia' no poder.
Qual semelhança entre estes conceitos e o que estamos no presente momento a viver em Portugal é pura coincidência.