De volta à Constituição de 1933?
O director-geral dos Impostos, Paulo Macedo, mandou celebrar uma missa de Acção de Graças pelo serviço que dirige, tendo convocado os respectivos funcionários, para o pio evento, pelos canais hierárquicos. A cerimónia teve lugar às 18 horas e 30 minutos, de ontem, na Sé de Lisboa.
Foi, até agora, a iniciativa mais grosseira contra a laicidade do Estado e a violação mais primária da lei da liberdade religiosa. Desde o tempo da secretária de Estado da Educação, Mariana Cascais, que advertiu os deputados da AR de que a religião oficial do Estado era o catolicismo, nunca mais os altos funcionários ignoraram o carácter laico do Estado que são obrigados a respeitar.
Entendeu Paulo Macedo que encomendar uma missa de Acção de Graças pela direcção-geral dos Impostos e respectivos funcionários é uma mordomia que pode acrescentar ao principesco vencimento (23 mil € mensais), podendo violar a lei da liberdade religiosa e o princípio da neutralidade a que se encontra obrigado.
Imagino o exagero a que pode conduzir o proselitismo deste beato, em que situação coloca os funcionários que recusem ajoelhar-se ou faltem à eucaristia, os que conheçam o código do IVA mas tenham esquecido o sinal da cruz ou os que saibam liquidar o IRS e desconheçam o pai-nosso.
Quem mistura as convicções pessoais com a representação pública do Estado tem tendência a ver os interesses nacionais como expressão das suas necessidades religiosas.
Apostila - A imagem, igualmente da Associação República e Laicidade, foi substituída.
Comentários
1. Tratou-se de uma missa de Acção de Graças ou de um Requiem?
2. Quem pagou o serviço religioso (a DGI ou Paulo Macedo)?
A Missa prejudica alguma coisa?
Deixem os católicos em paz, que só querem o bem de todos.
Sabeis que destino é dado às criancinhas assassinadas pelo egoísmo humano?
São usados para fabricar cosméticos na China e na Coreia do Norte.
Quando lavardes as vossas mãos, pensai nisto.
Quando fordes votar, pensai nisto.
«Coitados dos católicos, à procura de um mundo melhor para todos (incluindo os ateus e crentes de outras religiões), e achincalhados desta maneira.
É assim que agradecem as nossas preces por um país melhor e mais justo?
Mas que mal lhes fazemos nós, os seguidores de uma religião de Amor e Vida?
Por onde anda a vossa tolerância?
§§§§§§§§§§§§§§
PELA VIDA, VOTAI NÃO! »
Nota: Repito aqui o comentário do anónimo referido, com três observações:
1 - A propaganda do Não é despropositada no que se refere a este post.
2 - O imenso espaço em branco para colocar a sua propaganda torna difícil a leitura dos comentários seguints.
3 - Por esta última razão é apagado o seu comentário mas, para que se veja o seu fundamentalismo, aqui fica reproduzido.
Além de ser um profissional exemplar que reorganiza as nossas desacreditadas finanças fazendo o estado lucrar infinitas vezes o valor que recebe de ornenado, ainda tem a dignidade de se manifestar religiosamente. A proibição por parte da esquerdinha mais ressabiada das manifestações religiosas é tipicamente inquisitorial!
Enfim, uma pessoa íntegra e exemplar, que assume o que é e que se faz pagar pelo que vale. Exactamente o que é dificil de encontrar nos partidos políticos em geral e no PS em particular. O que me choca é ver pessoas em cargos públicos que as únicas provas que deram foram colar cartazes e promover "política de telenovela", isto é, que fizeram carreira na política!
Não posso deixar de admirar a paciência e tolerância que tens para com esta cambada de labrostas refugiados na hóstia, com e sem sotaina, que são "parochos" ou "sacristães", mas poderiam pertencer a uma qualquer PIDE, porque a área de recrutamento é a mesma, que procura conspurcar o "Ponte Europa" e que se pudessem já o tinham queimado à boa maneira do mestre pirómano Torquemada que Deus tem.
"Impaciente"
Acredito na superioridade moral da tolerância perante a inquisição e da democracia sobre o pensamento único.
Deixemos que os exilados do salazarismo façam a catarse no Ponte Europa. Há - a maior parte - comentadores de notável sentido crítico e preparação intelectual.
Bastam estes para justificar o trabalho que dá manter actualizado, quase diariamente, um blogue.
Já se esqueceu, que conveniente, dos milhares de euros que ele já conseguiu carrear para as depauperada finanças portuguesas?
Quanto à realização da missa é um “fait-divers“ que lhe abre a porta para a saída da Direcção-Geral dos Impostos que vai ser tão do agrado de muitos, ele se calhar também incluído.
A sua reconhecida competência e eficiência, como D-G dos Impostos, nada tem a ver isso. Qualquer tipo de discriminação de base religiosa, étnica ou racial, social ou económica não cabe no sitema republicano em que vivemos. As teocracias acabaram na Europa há muitos anos. Só persiste um simulacro no Estado do Vaticano...
A actual questão sobre a sua renumeração, um assunto que está a gerar alguma controvésia, deve ser discutida, no âmbito da valorização do trabalho e do trabalhador ..., todavia, fora da sacristia!
Em relação ao post, que não comentaste, fiquei sem saber a tua opinião. estranho ninguem te ter chamado a atenção para isso...
Essa agora é boa!
Não difamem a Igreja!
Onde já se viu pagar alguma coisa!
Adorar opiniões contrárias? Quais?
As suas?
Meu caro, para além de certamente abusar da água benta, também se excede em presunção, mas creio que não há pia que lhe valha.
Sobre o conteúdo do post apenas lhe digo que a atitude do Sr. PM se enquadra na estratégia global de manipulação adoptada pelos integristas, que estão a jogar em todos os tabuleiros de maneira ilegítima, para não dizer ilegal.
Não sei se fui suficientemente claro, mas falha-me a paciência para lhe explicar melhor.
AH! Pode retrucar se quiser, mas desde já lhe adianto que não dou mais para a sua quermesse.
"Impaciente" (cada vez mais)
Não sejam assim, sejam tolerantes...
A missa, mal não faz, antes pelo contrário.
O Director-geral das C.Impostos, parece ser católico, devia abdicar de tão exagerado ordenado, alinhá-lo no máximo,pelo do 1º ministro e aí sim, mostrava o seu empenhamento pela causa e amor pelo país.
Mas, como vivemos na selva, é preciso cobrar aos outros, quanto mais melhor e ganhar, quanto mais melhor...é a lógica dos ladrões.
Porca miséria.
Como, mais uma vez, não foste objectivo em relação ao conteúdo deste post terei de te dizer: já dei para ti!(hihihi)
Nada tenho quanto ao que sr. aufere, nada sei das suas competências profissionais, nem me interessa o seu credo religioso.
Não pode enquanto director da DGCI "convocar" os funcionários para a missa e ponto final! Para os beatos que para aqui pregam, só lhes pergunto uma coisita, e se o Sr. Paulo Macedo fosse Muçulmano e convocasse os trabalhadores para irem à Mesquita, tambem achavam bem? Se calhar não!! Ninguem está contra a igreja católica, está é pela separação entre o Estado e a religião(qq uma que seja), coisa bem diferente.
abreijos aeminienses
"Vai passar a ser possível descontar uma percentagem dos impostos para (algumas) confissões religiosas…"
Não quero acreditar!...
Mas é verdade. Há muito que está previsto 0,5% para a religião que o contribuinte indicar, outras instituições legalmente aceites ou nenhuma.
Neste último caso reverte para o Estado.