Massacre da Virgínia - Opinião de um leitor
O conflito, na sociedade americana, entre os 'restricionistas' na venda de armas, e o poderoso lobby dos fabricantes é conhecido há muito. Um tal Charlton Heston (?!), de quem não tenho más memórias no cinema, é o ponta de lança destes últimos.Parece claro, para qualquer cabecinha 'normal', que a venda indiscriminada de armamento, em qualquer sociedade humana, é um absurdo insustentável e perigoso.
Teoricamente, ela pressupõe que todos os actos humanos seguem princípios e motivações de natureza racional. Está mais que visto, e há muito sabido e dito por doutores a sério, que isso não é verdade. A maior parte dos nossos actos seguem impulsos, sentimentos, estados de alma, emoções, tendências e instintos, que se furtam à racionalidade pura e simples. A educação, a cultura, a elaboração e aperfeiçoamento e progressão pessoal definem, de resto, o posicionamento de cada um de nós, nesta escala que vai do zero (instinto puro, irracional) ao infinito utópico do domínio da razão.
Por isso os visionários da 1ª República (aqui lhes deixo uma enorme vénia!), acreditavam que a aprendizagem, a escola e a 'cultura' eram vitais para a mudança da vida do povo e do operariado. Criaram centros republicanos, escolas, "vozes do operário", etc.
O resultado não foi tão imediato e directo como eles pretendiam. Mas o princípio continua a ser verdadeiro. Só pela escola, pela cultura, pelo desenvolvimento racional de cada um, a vida de todos pode mudar.
E quem hoje sustentar que a escola actual, com os seus inúmeros falhanços, foi um fiasco e um desperdício de tempo e dinheiro, não passa dum reaccionário encapotado, a defender interesses de classe muito antigos. Daí a negar os valores do iluminismo e do racionalismo e da ciência nas sociedades humanas, vai um passo.
A Igreja Católica do papa que lá está, a clique governante americana, e muitos papagaios iluminados, que nos andam a pregar de novo o criacionismo bíblico, a submissão ao divino, e outras superstições, estão apenas a empurrar-nos para tempos medievais. Eles sabem bem porquê.
E o falhanço duma sociedade alternativa, tentada pela primeira vez na história dos homens, objectivado na queda do muro de Berlim e provocado pelos erros e crimes de Moscovo, deixou-nos A TODOS outra vez nas mãos da canalha. Este caso hediondo da universidade, que não é o primeiro nem será o último, coloca por isso a questão: que raio de sociedade é esta, a americana, da tecnologia omnipotente, do mercado todo poderoso, da globalização do mundo, do crescimento contínuo, da predação dos recursos, do sucesso individual, do dividendo egoísta, do excluído que é responsável pelo seu próprio fracasso... ?
Não se irá longe com ela.
a) Anónimo
Teoricamente, ela pressupõe que todos os actos humanos seguem princípios e motivações de natureza racional. Está mais que visto, e há muito sabido e dito por doutores a sério, que isso não é verdade. A maior parte dos nossos actos seguem impulsos, sentimentos, estados de alma, emoções, tendências e instintos, que se furtam à racionalidade pura e simples. A educação, a cultura, a elaboração e aperfeiçoamento e progressão pessoal definem, de resto, o posicionamento de cada um de nós, nesta escala que vai do zero (instinto puro, irracional) ao infinito utópico do domínio da razão.
Por isso os visionários da 1ª República (aqui lhes deixo uma enorme vénia!), acreditavam que a aprendizagem, a escola e a 'cultura' eram vitais para a mudança da vida do povo e do operariado. Criaram centros republicanos, escolas, "vozes do operário", etc.
O resultado não foi tão imediato e directo como eles pretendiam. Mas o princípio continua a ser verdadeiro. Só pela escola, pela cultura, pelo desenvolvimento racional de cada um, a vida de todos pode mudar.
E quem hoje sustentar que a escola actual, com os seus inúmeros falhanços, foi um fiasco e um desperdício de tempo e dinheiro, não passa dum reaccionário encapotado, a defender interesses de classe muito antigos. Daí a negar os valores do iluminismo e do racionalismo e da ciência nas sociedades humanas, vai um passo.
A Igreja Católica do papa que lá está, a clique governante americana, e muitos papagaios iluminados, que nos andam a pregar de novo o criacionismo bíblico, a submissão ao divino, e outras superstições, estão apenas a empurrar-nos para tempos medievais. Eles sabem bem porquê.
E o falhanço duma sociedade alternativa, tentada pela primeira vez na história dos homens, objectivado na queda do muro de Berlim e provocado pelos erros e crimes de Moscovo, deixou-nos A TODOS outra vez nas mãos da canalha. Este caso hediondo da universidade, que não é o primeiro nem será o último, coloca por isso a questão: que raio de sociedade é esta, a americana, da tecnologia omnipotente, do mercado todo poderoso, da globalização do mundo, do crescimento contínuo, da predação dos recursos, do sucesso individual, do dividendo egoísta, do excluído que é responsável pelo seu próprio fracasso... ?
Não se irá longe com ela.
a) Anónimo
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