Opinião (boa) de um leitor
O apetite predador espanhol ficou gravado na história desde a Lenda Negra. Os povos pré-colombianos da América Central e do Sul poderiam explicá-lo, se tivesse sobrado algum para o contar.
Modernamente quem melhor o conhece são os peixinhos do mar, dizimados pelas traineiras-chuponas a que não escapa um alfinete ou os recursos hídricos da Península, vitimados por uma agricultura intensivíssima e suicida, que abastece meia Europa, mas nos condena a todos ao deserto a breve prazo.
Há 15 anos começaram na raia do Côa, a comprar aos aldeãos as paredes rústicas desenhadas na paisagem portuguesa. Derrubavam as ditas, escolhiam as lascas mais afeiçoadas, e levavam-nas em camiões para forrar as casas deles.
Aos poucos, apalpando o terreno, usando mão-de-obra local como ponta de lança, depressa chegaram à Lapa, ao Montemuro, já ninguém sabe onde vão.Levados pela pequena ganância, pela grande ignorância, e pela desmesurada insensatez, os aldeãos trocaram a alma por dez reis de mel coado.
Ultimamente são os zimbros do planalto de Miranda, no Douro Internacional, onde fazem parte da flora autóctone.
Têm a desgraça, os zimbros, de produzir um óleo usado na cosmética e na farmacêutica. E por serem em Espanha uma espécie protegida, os predadores espanhóis não se perdem em considerandos. Atravessam a fronteira, e vêm comprar os portugueses.
Levam raízes, troncos e ramos, que é serviço completo. Encandeados pela pequena ganância, pela grande ignorância e pela desmesurada insensatez, os aldeãos portugueses vendem por 5 euros um 'produto' que em Espanha vale à vontade cem.
E não há nisto tudo um autarca, um magistrado, um polícia, um deputado, um ecologista, um padre, nem um simples regedor a pôr ordem no desmando.
Se isto não é já a agonia, anda lá perto. E se não for a miséria a absolvê-los, não sou eu quem o fará.
a) jagudi (Seg Abr 16, 06:05:00 PM)
Comentários
Está tudo a saque, nem as pedras do meu país se safam...ora bolas para a Europa.