Espaço dos leitores

Paul Gauguin (1848 - 1903)

Comentários

Anónimo disse…
Não posso deixar de compartilhar com os leitores deste blog a minha alegria pela extraordinária afluência que se registou na exposição de Amadeo Souza-Cardoso, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Pela primeira vez na história da Fundação, a Gulbenkian abriu as portas durante toda a noite para receber os visitantes...
Se fosse um indicador económico era enfatizado durante dias. Como indicador cultural que é, alegra-me, e ...
não gostaria que ficasse no esquecimento.
Anónimo disse…
AMADEO DE SOUZA-CARDOSO,

Dizem os entendidos que a sua obra é imortal. Não sabia, pois sou pouco dado à pintura. Na Escola Comercial, em Faro, a minha professora de desenho era a D. Fernanda, a quem nós chamávamos o “Camião Gigante” (cito este aspecto com total respeito pela senhora, principalmente, para se ver as boas peças que nós éramos...) e a gente desenhava paisagens misturando, a lápis de cor ou a guache, os castanhos com os verdes.
Amadeo, que começou como caricaturista, foi um precursor (aquele que abre caminho ou anuncia um acontecimento vindouro) da arte moderna, acompanhando os artistas de vanguarda da sua época.
Estudou em Lisboa e, em 1906 com 19 anos, transferiu-se para Paris, instalando-se no bairro Montparnasse, onde tomou contacto com as correntes da altura, o impressionismo, o expressionismo e o cubismo, corrente de vanguarda da primeira década do século XX, representada sobretudo por Braque, Picasso, Juan Gris e Fernand Léger, que influenciaram o seu cubismo analítico.
Morreu, com 31 anos de idade, vítima da pneumónica e não teve tempo de ver os seus trabalhos reconhecidos. Foi grande amigo de Modigliani, compartilhando com ele um “atelier” e fazendo até exposições juntos.
Já agora, dizer que passou aí num passado recente, um filme com o título “Modigliani”, que mostrava os grandes valores da pintura desse tempo e a grande rivalidade deste pintor com Picasso. Foram ambos a concurso e a obra de Modigliani ganhou.
Amadeo, quando voltou a Portugal, em 1913, teve a ousadia de realizar duas exposições de obras suas, uma em Lisboa e outra no Porto, as quais causaram escândalo entre os seus compatriotas, que desconheciam as novas correntes da pintura, sendo as obras criticadas, ridicularizadas, havendo até confronto físico entre os críticos e defensores da arte moderna.
Em 1925, realizou-se em França uma retrospectiva com 150 trabalhos do pintor que foram bem aceites pelo público e pela crítica. À medida que os preconceitos em relação ao modernismo foram sendo afastados, o nome de Amadeo Souza-Cardoso ganhou a devida importância em Portugal, ele que era um visionário, vivia fora do seu tempo e tal como tantos outros pagou um preço alto por isso.
Numa carta ao tio Francisco em 1910, diz: “Em Arte estamos em absoluto desacordo. De resto estou-o também com os amigos compatriotas que marcham numa rotina atrasada. Arte é bem outra coisa que quase toda a gente pensa, é bem mais que muita gente julga. Tudo quanto para aqui se faz é medíocre, aparte raras coisas. Porque eu não gosto de Rodin ou Ticiano, todos me dizem que sigo um mau caminho. E porquê?”
O mundo da pintura é para especialistas e é um mundo complicado, de malta semi-avariada. A excepção foi o Sidónio, escultor e pintor da nossa cidade, que era uma pessoa magnifica. E é com este texto que quero homenagear Amadeo e o nosso Sidónio, já que os serviços que deviam fazer isso ao nosso pintor e escultor, demoram a fazê-lo.

Xico Culto
Anónimo disse…
“OS CEM MAIORES PORTUGUESES DE SEMPRE...”

A listagem dos cem maiores portugueses de sempre, apresentada ontem à noite na RTP 1 por Maria Elisa, tem algumas posições ocupadas por pessoas que, na minha opinião nada fizeram para que tal se justifique. Por outro lado, existem figuras de reconhecido relevo que levaram bem longe o nome de Portugal e que foram omitidas, como as pessoas do cinema, os realizadores Manoel de Oliveira e João César das Neves e os actores “da idade de ouro do cinema português” Vasco Santana, António Silva, Beatriz Costa e Ribeirinho, entre outros.
Em meu entender, a listagem não é rigorosa, porquanto contem nomes de pessoas, como José Mourinho e Pinto da Costa, que não me parece terem protagonizado feitos de grandes relevo para o País, principalmente tendo em vista a área profissional em que se inserem. Acho até, que seria interessante fazer-se um estudo, para se saber quais foram as áreas geográficas do país que votaram nestas duas personalidades.
O treinador de futebol, que aparece no programa a beijar taças “ganhas” pela equipa do FCPORTO, tem talvez dez anos do exercício da profissão e isso é muito pouco tempo para se poder avaliar da sua competência e não temos a certeza que Mourinho seja recordado daqui a cem anos como um grande treinador de futebol. Além do mais, treinador de futebol, é uma profissão que depende de trabalho de outros serviços de apoio, i.e., não actua isoladamente ( toda a organização do clube e os adjuntos podem ser exemplos...) se bem que seja preciso saber articular tudo isso.
Não sei se a votação nessas pessoas quis valorizar o norte do País, mas se assim foi, quem votou Pinto da Costa, deveria ter votado em grandes cientistas e investigadores que existem na cidade do Porto e que foram ignorados, como por exemplo o médico Professor Doutor Manuel Pais Clemente da Faculdade de Medicina do Porto, o único português que figura entre as mentes mais brilhantes do século XXI e cuja biografia será publicada no livro anual do Instituto Biográfico Norte-americano.
Não tenho a certeza disso, mas parece-me que os votos em Pinto da Costa vieram da cidade do Porto. A ser assim, a Invicta, ignorou os seus homens da cultura e da ciência para dar os seus votos, a quem está acusado neste momento, parece-me, de crimes de corrupção, aliás documentados por Carolina Salgado no livro “Eu, Carolina”. Lamento que a cidade do Porto, se foi ela que votou em Pinto da Costa, tenha perdido a honradez e valorizado as atitudes corruptas citadas. O meu Portugal não é esse e não votei Pinto da Costa.

Zézé
Anónimo disse…
Meu caro Zézé,
Certamente que teve um "lapsus linguae" e escreveu joão césar das neves, quando queria escrever João César Monteiro.
Não é grave e acontece a todos.
É que o sr. neve$ economi$ta reaccionário e adepto do despedimento de trabalhadores , para além de ter o culto do Cifrão, é sobretudo um homem de mi$$as e não consta que entenda de cinema.
"Centésimo primeiro"
Anónimo disse…
Ao anónimo anterior,

Obrigado pela correcção.
Zézé
Anónimo disse…
Mais uma vez os Portugueses e não só, provaram que o conhecimento existe e é cada vez mais necessário a sua divulgação.
Parabéns à iniciativa, e a quem nela trabalhou.

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