Irlanda do Norte a caminho da paz
Sinn Fein reconhece legitimidade da polícia
Numa decisão histórica na Irlanda do Norte, o Sinn Fein reconheceu este domingo, pela primeira vez, a legitimidade da polícia da Irlanda do Norte. A decisão foi tomada em congresso extraordinário e já mereceu a reacção positiva do primeiro-ministro britânico Tony Blair.
Comentário: Tony Blair foi certamente o melhor primeiro-ministro inglês, após a 2.ª Grande Guerra. Perdeu-o a infeliz e criminosa aventura iraquiana. Desonrou-o a mentira das armas de destruição maciça. Comprometeram-no os cúmplices com que se encontrou nos Açores.
Comentários
O seu objectivo é tentar formar um governo AUTÓNOMO, a partir de Março.
A pergunta pertinente é: que tipo de partilha de poder é possível entre católicos e protestantes?
O referido "Acordo de Saint Andrews" é uma plataforma de entendimentos pejada de ambiguidades e, como todos afirmam, inquinada de cláusulas "ocultas".
É agora que começam os problemas?
Esta é, em concomitância com a aventura do Iraque, uma questão que, Tony Blair, ao abandonar o poder, sob uma onda de descrédito, deixa em suspenso (não cabalmente resolvida).
Blair procurou fechar, com "chave de ouro", a sua governação, aproximando-se da Paz no Ulster.
Todavia, quer a avaliação do papel de Blair, no problema da Irlanda do Norte, quer os resultados políticos práticos (governo autónomo) - estão longe de estar sedimentados!
É o que me faz mais confusão.
A cimeira dos Açores destruíu quase todos os participantes. Aznar foi corrido, Tony Blair está desprestigiado, Bush já é o Presidente Norte Americano menos popular desde que existem sondagens à opinião pública.
E o Outro? Sim, o outro, Durão Barroso?
Ascendeu a líder da Comissão Europeia e está na maior.
Ainda por cima é um ex-maoista.
Que raio é que tem este gajo para estar sempre na mó de cima?
Nunca se deram passos tão positivos como nos Governos de Blair.
Quanto mais secularizada se tornar a Irlanda do Norte mais fácil será a paz.
Quanto a Blair, nem os resultados económicos, persistentes no tempo e na qualidade, lhe limpam a nódoa do Iraque.
Não é justo menosprezar o trabalho de Blair na tentativa de resolução do problema da Irlada do Norte. Já agora, não só do governo inglês, mas também o empurrão trazido pelas alterações político-económicas, essencialmente decorrentes da progessiva integração da Inglaterra na UE promovida pelo PT de Blair, desde 1997, contra o "eurocepticismo" dominante. Diria "reinante". Quer para os católicos, quer para os protestantes, estas novas circunstâncias abriram uma "janela de oportunidade" que amenizou o nacionalismo político-religioso. Na verdade, desde Jaime I (1603-1625) que, a par destes problemas, cresceu outro. Os católicos irlandeses foram colonizados pela nobreza e súbitos (da coroa inglesa) anglicanos.
A UE apareceu como o terreno propício para dirimir estes feudalismos que, encapotadamente, foram perdurando...
Todavia, a questão irlandesa contem, ainda, no seu seio, várias armadilhas políticas e uma terrível questão religiosa.
O que eu queria dizer é que não deve ser considerada uma questão arrumada.
Isto é, "até ao lavar dos cestos é vindima".
Se ambos são Cristãos, como pregam, Católicos e Protestantes, terão que se entender conforme dita a Bíblia; ou será que estou errado, na leitura !?.