Lisboa à deriva
As erupções do Vesúvio de suspeitas que irromperam em Lisboa não largam cinzas, como em Pompeia, que mataram as pessoas mas conservaram a cidade; expelem lavas que sepultam, como em Herculano, os vereadores na torrente incandescente que desce do monte dos negócios cinzentos da Bragaparques.
Aqui não é o Vesúvio que, das entranhas da terra, ameaça com o fogo, é a avidez que liquefaz a honra de quem devia ser guardião do interesse público e arrasa a cidade que o executivo camarário devia estremecer.
Das mãos sujas do suborno, no horizonte baço dos negócios, não é a honra dos arguidos que está em causa, cuja presunção de inocência convém acautelar, é a erosão política que torna insustentável o elenco autárquico e enlameia quem pretende, por calculismo, aguentá-lo.
Estão à mercê dos salpicos de lama a Assembleia Municipal, os vereadores e deputados municipais da Oposição.
Prolongar a agonia de um executivo ferido de morte é assistir à degradação que fede e comprometer o destino da cidade capital, o seu ordenamento e a reabilitação da malha urbana que apodrece com o elenco municipal que devia salvá-la da derrocada.
Podem os jogos de poder e as dificuldades criadas por maiorias antagónicas na Câmara e na Assembleia Municipal adiar eleições, mas é Lisboa que jaz ferida e enfrenta uma infecção que só a cirurgia eleitoral pode debelar. É uma questão de tempo.
Aqui não é o Vesúvio que, das entranhas da terra, ameaça com o fogo, é a avidez que liquefaz a honra de quem devia ser guardião do interesse público e arrasa a cidade que o executivo camarário devia estremecer.
Das mãos sujas do suborno, no horizonte baço dos negócios, não é a honra dos arguidos que está em causa, cuja presunção de inocência convém acautelar, é a erosão política que torna insustentável o elenco autárquico e enlameia quem pretende, por calculismo, aguentá-lo.
Estão à mercê dos salpicos de lama a Assembleia Municipal, os vereadores e deputados municipais da Oposição.
Prolongar a agonia de um executivo ferido de morte é assistir à degradação que fede e comprometer o destino da cidade capital, o seu ordenamento e a reabilitação da malha urbana que apodrece com o elenco municipal que devia salvá-la da derrocada.
Podem os jogos de poder e as dificuldades criadas por maiorias antagónicas na Câmara e na Assembleia Municipal adiar eleições, mas é Lisboa que jaz ferida e enfrenta uma infecção que só a cirurgia eleitoral pode debelar. É uma questão de tempo.
Comentários
As Câmaras não têm esse conceito de assepsia.
Política, entenda-se.
Estão habituadas a "lavar as mãos"...
"Baixa" maneira de estar no Poder Local. Poder Local, algo que me fascina e me agradou muito(já por lá passei) por que vi sempre ou a compreensão por tentarmos fazer o melhor sempre em diálogo com as pessoas e disso lhe dávamos conta, ou quando algo acontecia e ia de total encontro aos desejos das pessoas, ver a satisfação delas.
Existem "imagens" que jamais as esquecerei; agora quando vejo a permeabilidade, e a negação da essência do Poder Local em que Autarquia fôr, fico muito apreensivo quanto ao futuro.