Timor – Comício da Fretilin em Baucau





Os distúrbios telecomandados da Austrália, os ataques da Igreja católica e a ingenuidade ou cumplicidade de Xanana Gusmão, destabilizaram o Governo de Timor e levaram à demissão do primeiro-ministro, Mari Alkatiri, Secretário-Geral da Fretilin, para evitar derramamento de sangue.

Defendi aqui, no Ponte Europa, que o desapego ao poder e o elevado sentido de Estado de Mari Alkatiri, foram uma lição democrática de quem ocupava o cargo legitimado por eleições.

O Governo Português, por intermédio de Freitas do Amaral, recusou a subordinação das forças portuguesas ao exército australiano, numa posição de grande firmeza e dignidade que honrou Portugal e a sua política externa.

As fotografias de «Timor Online - Em directo de Timor-Leste» provam o acerto dos vários posts então publicados.

A única razão que me move é a afectividade por Timor e o desejo veemente de que seja um país viável.

Aqui ficam algumas fotos do comício do dia 27 de Janeiro.

Comentários

Anónimo disse…
Foi criado em Timor um Forum Trilateral de Coordenação para "gerir e estabilizar o ambiente de segurança" naquele País.
Integram esta "Trilateral" o Goveno timorense, a Austrália e as Nações Unidas.
De realçar que as forças australianas estão fora da missão da ONU (UNMIT).
É cada vez mais notório e visível o papel de potência regional da Austrália e, ainda, a crescente capacidade para influenciar os destinos polítcos deste País.
Hoje, o grande problema da instabilidade local chama-se Alfredo Reinado. Um homem seguido por ex-reclusos e ex- membros das Forças Armadas timorenses (F-FDTL) que se refugiou nas montanhas de Ermera, área operacional das forças australianas. Ninguém conhece os "planos" australianos para este homem e o seu perturbante bando (armado).
Seis coisas são evidentes:
1. O governo de Ramos Horta está cada vez mais frágil;
2. Xanana perde todos os dias condições para ser árbrito da situação timorense;
3. A missão da ONU é cada vez mais marginal aos acontecimentos;
4. A presença australiana sufoca;
5. a influência portuguesa é residual.
6. O "silêncio" indonésio é ensurdecedor.

Está, portanto, preparado um explosivo "caldo" de instabilidade, mau grado as boas intenções do "Forum Trilateral" que, sem pretensões neo-colonialistas, engeita qualquer papel para Portugal.
Anónimo disse…
A razão do procedimento de Alkatiri, com o tempo ainda mais dirá.
Anónimo disse…
Manuel Norberto Baptista Forte:

Ah! esqueci-me de Alkatiri
e, pior, descurei as eleições.
Neste momento, penso que nem essa obrigação política e cívica, Xanana, terá capacidade, nem condições, para implementar. Vai sair da presidencia timorense pela porta do fundo.

Já agora uma impertinência:
- Depois de Alkatiri ter sido ilibado pelo MP das acusações que pendiam sobre a sua actuação como 1º. ministro, a que título Ramos Horta continua a ser chefe do governo?

Ou a sua demissão não tem nada a ver com isso?

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