Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
A situação vivida na AutoEuropa têm sido bem conduzida e sabiamente negociada pela Comissão de Trabalhadores, que conhece a Administração, os problemas de produção da empresa e os trabalhadores.
Reduzir a questão da AutoEuropa à rejeição de um pré-acordo, será ter uma visão muito redutora da longa luta pela manutenção da AutoEuropa que duram, não há meia dúzia de dias, mas há meia dúzia de anos...
O problema são os antecedentes como o caso da Opel em Palmela, a Peugeot Citroën Automóveis de Mangualde, e outros.
A rapidez do "fecho" das negogiações entre a Administração e a CT, surpreendeu muitos políticos e dirigentes sindiciais, que esperavam a sua retoma com a possibilidade de concertar posições e atingir mais um acordo.
Mas o corte abrupto verificado tem significado, infelizmente pouco auspicioso para os tralhadores da AutoEuropa, uma empresa onde a produtividade tem aumentado sustentadamente e, se abriam perspectivas de produção de outros modelso.
Será, assim, um sinal estratégico da VW em relação ao seu futuro em Portugal.
Os problemas são antigos.
Agora existiu um forte pretexto para culpabilizar os trabalhadores, acusá-los de manipulação partidária, de não compreender a crise, de não defender os tralhadores em precariedade (que continuariam em precariedade), etc.
António Chora tem coordenado a CT e é um experiente e profundo conhecedor da AutoEuropa.
Ele, próprio, que, há anos, anda envolvido em negociações nesta empresa, também se mostrou surpreso com a rejeição do "pré-acordo".
Mas para melhor compreender esta complexa questão à volta da AutoEuropa, nada melhor do que dispensar algum tempo e ler um artigo de opinião da autoria de António Chora, sobre o acordo "conseguido" em 2005/2006 (... muitos já se esqueceram da estratégia negocial da VW), publicado no Portal de Setúbal na rede. link
Ouvir (ler, neste caso) primeiro quem anda a trabalhar e a negociar para manter postos de trabalho.
O facto de o artigo ter 3 anos não lhe retira actualidade. Só que a pressão empresarial, neste momento, é maior.
Depois, será mais fácil opinar e compreender o problema das multinacionais que, ainda, estão implantadas em Portugal.
Como o da Quimonda, da Philips, Yazak Saltano, etc.
Um comentário importante. Seria um bom post.