Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
A situação vivida na AutoEuropa têm sido bem conduzida e sabiamente negociada pela Comissão de Trabalhadores, que conhece a Administração, os problemas de produção da empresa e os trabalhadores.
Reduzir a questão da AutoEuropa à rejeição de um pré-acordo, será ter uma visão muito redutora da longa luta pela manutenção da AutoEuropa que duram, não há meia dúzia de dias, mas há meia dúzia de anos...
O problema são os antecedentes como o caso da Opel em Palmela, a Peugeot Citroën Automóveis de Mangualde, e outros.
A rapidez do "fecho" das negogiações entre a Administração e a CT, surpreendeu muitos políticos e dirigentes sindiciais, que esperavam a sua retoma com a possibilidade de concertar posições e atingir mais um acordo.
Mas o corte abrupto verificado tem significado, infelizmente pouco auspicioso para os tralhadores da AutoEuropa, uma empresa onde a produtividade tem aumentado sustentadamente e, se abriam perspectivas de produção de outros modelso.
Será, assim, um sinal estratégico da VW em relação ao seu futuro em Portugal.
Os problemas são antigos.
Agora existiu um forte pretexto para culpabilizar os trabalhadores, acusá-los de manipulação partidária, de não compreender a crise, de não defender os tralhadores em precariedade (que continuariam em precariedade), etc.
António Chora tem coordenado a CT e é um experiente e profundo conhecedor da AutoEuropa.
Ele, próprio, que, há anos, anda envolvido em negociações nesta empresa, também se mostrou surpreso com a rejeição do "pré-acordo".
Mas para melhor compreender esta complexa questão à volta da AutoEuropa, nada melhor do que dispensar algum tempo e ler um artigo de opinião da autoria de António Chora, sobre o acordo "conseguido" em 2005/2006 (... muitos já se esqueceram da estratégia negocial da VW), publicado no Portal de Setúbal na rede. link
Ouvir (ler, neste caso) primeiro quem anda a trabalhar e a negociar para manter postos de trabalho.
O facto de o artigo ter 3 anos não lhe retira actualidade. Só que a pressão empresarial, neste momento, é maior.
Depois, será mais fácil opinar e compreender o problema das multinacionais que, ainda, estão implantadas em Portugal.
Como o da Quimonda, da Philips, Yazak Saltano, etc.
Um comentário importante. Seria um bom post.