Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
prima por um humor bastante negro, parecido com o do seu mestre, e que até pode render votos. quem já se esqueceu da máxima para a reforma da administração pública? "resta esperar que morram" (sic).
para rimar com esta nada melhor do que: "suspendia-se a democracia e em seis meses resolvia-se tudo".
aliás, isto pode ser um problema para sócrates: o povo começar a achar piada às gracinhas da tia manuela, que tanto fazem rir o grande e imaculado chefe.
se há coisa de que o povo gosta é de rir. rir até ficar lavado em lágrimas.