Investimentos públicos, ideologias privadas...
Um grupo de cerca de 30 economistas subscreveu um documento que publicitou chamando a atenção para os investimentos públicos, nesta fase da crise económica.
É importante sublinhar o contexto – nesta fase da crise económica!
Não sendo economista, da leitura do texto publicado na Imprensa, constato que os subscritores do documento afirmam que: “na última década a economia portuguesa teve o pior desempenho dos últimos 80 anos”!
E a pergunta que se impõe é a seguinte: por onde andavam estes economistas enquanto, ao que se deduz do texto, caminhávamos para o abismo?
Acentuam, para a justificação das suas razões, um argumento vago: “desequilíbrios estruturais”.
Os investimentos públicos definidos, pelo actual governo, como a política económica de resposta à profunda crise, consideram, ainda, um outro parâmetro que, os economistas, fazem questão em ignorar. A crise social, cujo impacto é essencialmente político e que, qualquer governo, não pode ficar indiferente.
Afirmam que os investimentos públicos têm “baixa ou nula rentabilidade”. Esquecem, contudo, que criam as infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento.
Passam ao lado que, esses investimentos, menorizam, o impacto do desemprego, praga social capaz de causar “desequilíbrios na sociedade”, muito mais perturbantes que os “desequilíbrios estruturais da economia”. Os primeiros podem originar fracturas no tecido social que, em regra, conduzem à violência. Os segundos, determinarão um crescimento económico, além de desequilibrado, mais lento.
A resposta do Governo, definida pela intensificação do investimento público, é baseada na doutrina política e económica que informa o “Keynesianismo”.
Hoje, o “neo-Keynesianismo” é aplicável a economias abertas, uma vez que o investimento público induz um acréscimo de rendimento distribuído - com o aumento das importações (efeito negativo do endividamento excessivo) - estimula a produção interna e, em consequência, regula a resposta do mercado.
Não é uma “porta de saída” para a economia portuguesa, mas um instrumento para combater os efeitos imediatos da crise.
Os economistas pedem tempo para pensar neste “interregno político” que representa o fim de ciclo legislativo. Nenhum Governo aceitaria isso. A gravidade da crise económico-social não se compadece com “interregnos”.
Aliás, pelo texto, ficamos a saber que estes e os antecedentes economistas portugueses tiveram 80 anos para pensar, para conseguir os desejados “equilíbrios estruturais”.
Não o fizeram.
Então, porque agora?
É o que o manifesto dos economistas, não explica…
É importante sublinhar o contexto – nesta fase da crise económica!
Não sendo economista, da leitura do texto publicado na Imprensa, constato que os subscritores do documento afirmam que: “na última década a economia portuguesa teve o pior desempenho dos últimos 80 anos”!
E a pergunta que se impõe é a seguinte: por onde andavam estes economistas enquanto, ao que se deduz do texto, caminhávamos para o abismo?
Acentuam, para a justificação das suas razões, um argumento vago: “desequilíbrios estruturais”.
Os investimentos públicos definidos, pelo actual governo, como a política económica de resposta à profunda crise, consideram, ainda, um outro parâmetro que, os economistas, fazem questão em ignorar. A crise social, cujo impacto é essencialmente político e que, qualquer governo, não pode ficar indiferente.
Afirmam que os investimentos públicos têm “baixa ou nula rentabilidade”. Esquecem, contudo, que criam as infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento.
Passam ao lado que, esses investimentos, menorizam, o impacto do desemprego, praga social capaz de causar “desequilíbrios na sociedade”, muito mais perturbantes que os “desequilíbrios estruturais da economia”. Os primeiros podem originar fracturas no tecido social que, em regra, conduzem à violência. Os segundos, determinarão um crescimento económico, além de desequilibrado, mais lento.
A resposta do Governo, definida pela intensificação do investimento público, é baseada na doutrina política e económica que informa o “Keynesianismo”.
Hoje, o “neo-Keynesianismo” é aplicável a economias abertas, uma vez que o investimento público induz um acréscimo de rendimento distribuído - com o aumento das importações (efeito negativo do endividamento excessivo) - estimula a produção interna e, em consequência, regula a resposta do mercado.
Não é uma “porta de saída” para a economia portuguesa, mas um instrumento para combater os efeitos imediatos da crise.
Os economistas pedem tempo para pensar neste “interregno político” que representa o fim de ciclo legislativo. Nenhum Governo aceitaria isso. A gravidade da crise económico-social não se compadece com “interregnos”.
Aliás, pelo texto, ficamos a saber que estes e os antecedentes economistas portugueses tiveram 80 anos para pensar, para conseguir os desejados “equilíbrios estruturais”.
Não o fizeram.
Então, porque agora?
É o que o manifesto dos economistas, não explica…
Comentários
27 economistas subscreveram de facto um "apelo" (sem destinatário) "á reavaliação dos grandes investimentos públicos", dizendo em resumo que avançar com estes teria consequências catastróficas.
Não sou economista, mas há muito me convenci de que a "ciência" económica não é uma ciência exacta. Cada cabeça sua sentença. Aliás, um dos subscritores do "APELO" - Luís Miguel Beleza - já disse uma vez na TV que na excelente universidade americana em que fez o mestrado ou se doutorou os seus insignes mestres ensinavam aos alunos que nunca fizessem previsões, mas se excepcionalmente tivessem de fazer, então que procurassem fazer 2 ou 3, pois assim poderiam ter a sorte de acertar em alguma...
Assim, não seria difícil ao Governo arranjar outros 27 não menos insignes economistas para dizerem exactamente o contrário do que estes disseram.
Além disso, a crise internacional da economia deve-se em grande parte a Ilustres Economistas, e a crise nacional deve-se em grande parte a alguns dos signatários deste "apelo".
Por isso não me parece que este apelo deva ser excessivamente valorizado.
Dizia John Galbraith, que foi um economista da linha keynesiana e, mais tarde, um emérito professor em Harvard:
"Um dos grandes segredos da sabedoria económica é saber aquilo que se não sabe..."