TGV e o manifesto dos 28
«Quem sabe faz, quem não sabe ensina». Recordei este slogan de Maio de 68 ao ler os nomes de 28 economistas que assinam um insólito documento, medíocre na forma e rudimentar na substância, com que alguns deles renegam a passagem pelos governos e a honestidade com que aceitaram o contrário.
O momento escolhido seria alvo de suspeitas se não fossem conhecidos os nomes.
No grupo há economistas prestigiados e honrados e, pelo menos um – Silva Lopes – acumula. Mas que dizer dos habituais que surgem na véspera de eleições para serem porta-vozes da direita antes e voltam a hibernar em conselhos de Administração do sector financeiro onde o prestígio de que gozam e as remunerações que auferem têm variado na razão inversa?
Na véspera das eleições que levaram Durão Barroso e Paulo Portas ao Governo, uma tragédia cujo inventário falta fazer, o TGV foi o pretexto para atacar o PS e, mal foram Governo, Barroso e Manuela Ferreira Leite assinaram cinco itinerários ao arrepio das promessas. Como já viram que rende votos, mesmo com prejuízo para o País, voltam ao estafado pretexto.
Deixar Portugal arredado da rede de alta velocidade que liga a Europa é condenar o País ao isolamento e o regresso ao «orgulhosamente sós».
Quanto ao aeroporto, algumas destas luminárias bateram-se contra a Ota para serem agora contra a localização que então defenderam. Quando o aeroporto de Lisboa, num período de crise, cresceu além de todas as expectativas, será legítimo privar Portugal da infra-estrutura aeroportuária sem a qual fica arredado das grandes rotas europeias?
Ou só querem afastar o PS do Governo e calar-se quando o PSD der o dito por não dito na sua reincidente falta de vergonha?
Se, de facto, a contestação é uma questão ideológica, há uma assinatura que falta.
Claro que o PR está à margem da luta partidária.
O momento escolhido seria alvo de suspeitas se não fossem conhecidos os nomes.
No grupo há economistas prestigiados e honrados e, pelo menos um – Silva Lopes – acumula. Mas que dizer dos habituais que surgem na véspera de eleições para serem porta-vozes da direita antes e voltam a hibernar em conselhos de Administração do sector financeiro onde o prestígio de que gozam e as remunerações que auferem têm variado na razão inversa?
Na véspera das eleições que levaram Durão Barroso e Paulo Portas ao Governo, uma tragédia cujo inventário falta fazer, o TGV foi o pretexto para atacar o PS e, mal foram Governo, Barroso e Manuela Ferreira Leite assinaram cinco itinerários ao arrepio das promessas. Como já viram que rende votos, mesmo com prejuízo para o País, voltam ao estafado pretexto.
Deixar Portugal arredado da rede de alta velocidade que liga a Europa é condenar o País ao isolamento e o regresso ao «orgulhosamente sós».
Quanto ao aeroporto, algumas destas luminárias bateram-se contra a Ota para serem agora contra a localização que então defenderam. Quando o aeroporto de Lisboa, num período de crise, cresceu além de todas as expectativas, será legítimo privar Portugal da infra-estrutura aeroportuária sem a qual fica arredado das grandes rotas europeias?
Ou só querem afastar o PS do Governo e calar-se quando o PSD der o dito por não dito na sua reincidente falta de vergonha?
Se, de facto, a contestação é uma questão ideológica, há uma assinatura que falta.
Claro que o PR está à margem da luta partidária.
Comentários
Queria que estivesse aonde? Você é uma no cravo e outra na ferradura, para variar.
que
não repararam que estando tudo suspenso até (das) próximas legisçativas
não tem menor sentido democrático continuar a querer baralhar (discutir )
a não ser via partidos com que muitos deles vivem "amigados"...
abraço
É mais do que isso!
São um instrumento iniludível da estratégia partidária e política nacional, do actual momento.
Aliás, não há economistas "neutros"...
Existe em Portugal um grave contencioso entre personalidades (PR, p. exº) e de todos os partidos políticos que defendem posições ou similares ou antagónicas, às expressas pelos "28".
Os "28" não estão acima desta realidade concreta. Querem passar esssa mensagem. Mas não cola.
Paralelamente começamos a sentir a pressão da Espanha, nomeadamente da Estremadura espanhola, que exige o cumprimento dos acordos internacionais já frimados (por acaso pelo PSD!).
E recordam que o TGV faz parte de uma ampla rede europeia de alta velocidade, instrumento estratégico do desenvolvimento da UE.
Sobre o aeroporto de Lisboa a mesma questão, as mesmas razões. Lisboa vai ficar afastada do eixo das grandes e importantes ligações aéreas europeias e intercontinentais?
Portugal tem interesse em ficar, ainda, mais periférico?
Sobre as Autoestradas o melhor é não comentar. Muitos dos subscritores do "folheto dos 28" estão comprometidos até à medula com o boom de betão dos governos cavaquistas...
Ou já se esqueceram?