Dupont & Dupond
Prólogo:
O Presidente da República tem afirmado, em diversas oportunidades, que não comenta publicamente actos governamentais.
Dá a entender que reserva as suas opiniões para as habituais reuniões das 5ªs feiras, em Belém, com o 1º. Ministro.
1º Acto:
Ontem, a Presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, voltou a criticar os grandes investimentos públicos do Governo de José Sócrates por aumentarem a dívida do país, o que considera especialmente grave no actual contexto de crise financeira.
Disse, em entrevista à RTP: “Sendo Governo riscarei imediatamente o TGV”.
2º. Acto:
Hoje, Mário Lino, anunciou "que só na próxima legislatura é que o contrato de concessão [do TGV] será assinado".
Evocou questões técnicas e prazos a cumprir.
Epílogo:
Hoje, no J Económico, o Presidente da República, comentando a decisão sobre o TGV, declarou: "Devemos ser muito cuidadosos e ponderados em todas as decisões que tenham influência muito forte no nosso país. Vi hoje nos jornais que as decisões finais possam ser adiadas. Talvez esse seja o caminho do bom senso".
Nota: qualquer coincidência entre as declarações do PR e eventuais posições partidárias é mera coincidência.
Comentários
Talvez lhe caia um governo nos braços e, depois, a quem acusará?
Cavaco no seu melhor, dirão aqueles que o conehecem.
As personagens de Hergé não têm nada a ver com o contexto que evoca.
A dupla Dupont & Dupond, é citada no contexto deste post como uns parceriros, uns "investigadores inconsequentes", muitas vezes representam o cúmulo da estupidez. Seguem, p. exº., as suas próprias pegadas no deserto...
A evolução desta dupla - transmitindo uma ilusão de seres gemelares - foi uma alegoria que me apeteceu evocar e que me pareceu adequada à situação política portuguesa.
Isto é, alguém está a representar tentando exprimir a aparência de outra.
Deixo à sua imaginação decifrar... o quê?
Nota:
Segui, de longe, em 2007, durante o centenário do seu nascimento, a polémica levantada sobre o seu passado anti-semita e de uma eventual colaboracionismo de Hergé com o regime nazi, nomeadamente, atravès o jornal belga colaboracionasta Le Soir, onde publicou, nessa época, alguns dos seus trabalhos.
Nessa altura li que Hergé foi um dos amigos de Léon Degrelle, dirigente fascista na Valónia (Belgica)... ´
Ao contrário de Degrelle, Hergé, aparece, no fim da Guerra, disfrutando uma grande popularidade como criador de livros de aventuras...
Finalmente, para seu esclarecimento e descanso, independentemente, desta polémica, devo confessar que, na minha juventude, adorava ler os álbuns do "Tim-Tim", como o chamavamos...
Mas, para concluir, espero que consiga distinguir os aforismos que servem para exprimir situações políticas de hoje, vividas em Portugal, da história da II Guerra Mundial.