Dupont & Dupond



Prólogo:

O Presidente da República tem afirmado, em diversas oportunidades, que não comenta publicamente actos governamentais.
Dá a entender que reserva as suas opiniões para as habituais reuniões das 5ªs feiras, em Belém, com o 1º. Ministro.

1º Acto:

Ontem, a Presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, voltou a criticar os grandes investimentos públicos do Governo de José Sócrates por aumentarem a dívida do país, o que considera especialmente grave no actual contexto de crise financeira.
Disse, em entrevista à RTP: “Sendo Governo riscarei imediatamente o TGV”.

2º. Acto:

Hoje, Mário Lino, anunciou "que só na próxima legislatura é que o contrato de concessão [do TGV] será assinado".
Evocou questões técnicas e prazos a cumprir.

Epílogo:

Hoje, no J Económico, o Presidente da República, comentando a decisão sobre o TGV, declarou: "Devemos ser muito cuidadosos e ponderados em todas as decisões que tenham influência muito forte no nosso país. Vi hoje nos jornais que as decisões finais possam ser adiadas. Talvez esse seja o caminho do bom senso".

Nota: qualquer coincidência entre as declarações do PR e eventuais posições partidárias é mera coincidência.

Comentários

O PR será julgado pelos portugueses pela ilegitimidade das interferências nos outros órgãos da soberania.

Talvez lhe caia um governo nos braços e, depois, a quem acusará?
Mano 69 disse…
Você acredita mesmo nisso CE?
Mano 69 disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse…
você citou 2 personagens de Hergé. Você acredita que Hergé foi aliado de Degrelle? Degrelle disse que Hergé se inspirou nele pra criar Tintin.
Manel disse…
As serpentes saem todas ao mesmo tempo da toca quando o tempo aquece. São sempre as mesmas, gordas, quando já se pensava que não existiam.
Cavaco no seu melhor, dirão aqueles que o conehecem.
e-pá! disse…
Caro Stefano:

As personagens de Hergé não têm nada a ver com o contexto que evoca.

A dupla Dupont & Dupond, é citada no contexto deste post como uns parceriros, uns "investigadores inconsequentes", muitas vezes representam o cúmulo da estupidez. Seguem, p. exº., as suas próprias pegadas no deserto...

A evolução desta dupla - transmitindo uma ilusão de seres gemelares - foi uma alegoria que me apeteceu evocar e que me pareceu adequada à situação política portuguesa.
Isto é, alguém está a representar tentando exprimir a aparência de outra.
Deixo à sua imaginação decifrar... o quê?

Nota:

Segui, de longe, em 2007, durante o centenário do seu nascimento, a polémica levantada sobre o seu passado anti-semita e de uma eventual colaboracionismo de Hergé com o regime nazi, nomeadamente, atravès o jornal belga colaboracionasta Le Soir, onde publicou, nessa época, alguns dos seus trabalhos.

Nessa altura li que Hergé foi um dos amigos de Léon Degrelle, dirigente fascista na Valónia (Belgica)... ´
Ao contrário de Degrelle, Hergé, aparece, no fim da Guerra, disfrutando uma grande popularidade como criador de livros de aventuras...

Finalmente, para seu esclarecimento e descanso, independentemente, desta polémica, devo confessar que, na minha juventude, adorava ler os álbuns do "Tim-Tim", como o chamavamos...

Mas, para concluir, espero que consiga distinguir os aforismos que servem para exprimir situações políticas de hoje, vividas em Portugal, da história da II Guerra Mundial.

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