O último Conselho Nacional do PSD
O PSD vive momentos de euforia, depois da vitória nas eleições europeias.
Nada de especial se observarmos o panorama político dos Países da UE.
Mas, para o PSD, foi como “meter uma lança em África”.
A abstenção, aliada à crise “castigou” os Partidos Socialistas no poder, por mecanismos não muito explícitos.
Um deles, na minha opinião, tem a ver com a questão económica, com o dinheiro.
E, quando se trata de dinheiro, o refúgio dos que vivem orbitando à volta do vil metal, é a Direita. Por desígnios, não completamente límpidos, os eleitores confundem dinheiros públicos com privados. E como a direita está sempre mais próxima do grande capital, anda de braço dado com ele, será prudente apostar nos poderosos. Sabendo, de antemão que, se acaso, algum lhe chegar às mãos serão as migalhas do grande banquete que a Direita promove, quase sempre sentada à mesa do orçamento.
A Direita não pratica a redistribuição da riqueza. Gere a riqueza para obter mais riqueza que capitaliza, em proveito próprio, dos seus projectos, das suas ambições. Por outro lado, é insensível ao facto da pobreza induzir, cada dia que passa, maior e mais profunda pobreza.
A actual crise, nunca é demais afirmá-lo, foi fruto da ganância dos “neo-liberais”. Isto é, da Direita pura e dura. Nada disto foi equacionado a nível global – neste caso europeu - nestas eleições.
O bode expiatório foi a governação de Esquerda que, perante a crise, sentiu necessidade de reforçar as respostas à crise social, subsidiária da económica. Aparentemente, “esbanjaram” recursos em medidas que ajudaram “os outros”…
Aqueles que: "que não precisam"... "que são uns malandros"..."que não querem trabalhar"...
O PSD demorou 3 semanas a digerir a vitória. Dá a sensação de não saber o que fazer com ela. Uns querem coligações pré-eleitorais, outros querem contar votos sozinhos. Outros ficam a meio caminho: coligações só depois...
A mesma situação do premiado com a lotaria e não sabe se associa com outros para aplicar a taluda ou se a esconde debaixo do colchão.
Definiram uma linha estratégica grandiloquente: A RENOVAÇÃO!.
Como se essa pretensa opção fosse uma novidade política. Conhecemos o que é a renovação no PSD.
É dar o aspecto que tudo, ciclicamente, começa de novo. Que Durão Barroso não existiu, que Manuela Ferreira Leite não pertenceu a esse governo, e que o “desastre” de Pedro Santana Lopes, foi um pesadelo sem contexto material.
Não foi! “Eles” reuniram-se não para renovar, mas para voltar e disputar com argúcia o poder.
O PSD fora do poder é como uma avantesma, cerca-se de fantasmas que, passam o tempo a assustar-se uns aos outros. Nunca se devoram.
São sempre necessários para as próximas “renovações”. Nem que seja para um lugarzito na Câmara de Lisboa…
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