Manuela baixa o braço direito e com o esquerdo segura a carteira...



Os demagogos - vistam as roupagens políticas que vistirem - vivem obcecados em fingir que não pedem nada aos eleitores. Só têm benesses para oferecer e esperam que o povo lhes agradeça a sua incansável disponibilidade – muitas vezes o dito "sacrifício pessoal" - para o servir.

Quando se elabora uma estratégia política onde se pretende garantir reformas, por exemplo, e para tal se inclui a necessidade de uma "maioria absoluta" podemos estar a incomodar os eleitores.
Pior, como pensa Manuela Ferreira Leite, "pressionar os eleitores para resultados que eles não desejam..."

Um dos problemas dos demagogos é entusiasmar-se com as próprias ilações, gostar de ouvir-se a si próprios, usar frases grandiloquentes vazias de conteúdo, como se fossem inovações.
A miscigenação da demagogia com o populismo e o arquitectar de uma lengalenga política sem qualquer doutrina, mas guiada por sondagens, favorecimentos, conluios ocultos e prospecções do momento, são o cancro destas "políticas"...
Como, por exemplo:
Não desistimos !
Não baixamos os braços!


E, claro está, combater tudo o que possa conduzir - em tempos de crise económica e social - a consensos políticos que minorem o sofrimento dos social e economicamente mais frágeis (terminologia do "imperador" Sarkozy)- nós dizemos "os mais desfavorecidos, os humilhados, os miseráveis, os explorados", etc. Enfim, deixar os excluídos, entregues à sua "sorte". Virtudes dos investimentos privados...

E, temos de ouvir estes dislates da líder de um partido onde a sua designação de "social-democrata" é, desde há largos anos, a primeira afronta, a grande mentira aos eleitores.

Drª. Manuela Ferreira Leite há muito tempo que o PPD baixou os braços perante o ideário social-democracia.
Lembra-se das "Opções inadiáveis" ?
Não as fizeram! E a social-democracia (no PPD) acabou aí.
Agora dentro da política de verdade, que tanto glosam, deveriam - em contra-corrente com o Mundo - assumir-se como um partido neo-liberal e rebaptizá-lo.

Mesmo naquilo que - em determinados períodos do percurso partidário o povo ousou outorgar-lhes - maiorias absolutas nos governos de Cavaco e Silva – vejam lá, como a Doutora MFL, as enxerga: "não é próprio de uma democracia".

Foi, mais um interregno democrático, Drª. Manuela Ferreira Leite?

O preocupante é que – a actual líder do PSD - parece não baixar os braços em relação a pedir interregnos democráticos, revelando uma curiosa concepção de democracia aos soluços... ou, mais in, segundo as regras do método Pilates – i. e., com alongamentos e contracções (da democracia), ao sabor do humor da Doutora…

Drª. Manuela entretenha-se a arranjar um nome que traduza a verdade política do seu partido. Vai gastar algum tempo.
Mas não baixará os braços na busca de uma verdade, que tanto diz apreciar.

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