Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
O PS deve estar agradecido à argúcia e à falsidade de Durão Barroso.
Desertou para Bruxelas, protestando que apoiava António Vitorino para presidente da Comissão Europeia, e deixou o PSD orfão.
Bem, ficou por cá Pedro Santana Lopes que, passo a passo, foi construindo a maioria absoluta de José Sócrates...sob o olhar atento de jorge Sampaio.
Foi uma oportunidade única. Que não se repete.
No actual momento - mesmo com um PSD amorfo, sem alma e sem projecto nacional - as coisas tornaram-se mais difíceis.
Agora, é preciso lutar pela maioria simples.
A usura do poder, bem como a crise económica que, inexplicavelmente, favorece a Direita - quando não a extrema-Direita - tornaram as legislativas num quebra-cabeças.
É que para o PS elaborar um programa de governo para os próximos 4 anos, pejado de charadas no que diz respeito à estabilidade financeira, associado à incerteza do fim da recessão e mantendo-se enigmático quanto à estabilidade orçamental, o dito programa deve assemelhar-se s um oráculo de Delfos, do tipo:
"Se amanhã não chover é provável que faça sol!"
Falar do passado, das reformas tentadas, vai ser o mais fácil. Falar do último ano, da recessão, do desemprego, dos problemas sociais, da exclusão, da pobreza (continuamos com 2 milhões de portugueses com fome, ou estes números já se alteraram?).
Mas um programa de governo tem de perspectivar o futuro.
Tarefa que, neste momento, parece impossível.
O PSD e o CDS/PP não precisam de nada disso!
Basta-lhes, seguirem os trilhos habituais da Direita. Explorarem a demagogia. O que, para já, ainda colhe votos em Portugal...