Eleições Europeias

Mais do que uma vitória do PSD o resultado das eleições europeias, traduz uma derrota da estratégia seguida pelo PS, em geral, pelo seu Secretário – Geral em particular e deverá levar o PS a reflectir profundamente sobre as escolhas que se fazem em termos de listas, não podemos estar sempre a apostar em figuras, que apesar do seu reconhecido mérito profissional e político (e não estou a falar apenas do cabeça de lista), pouco dizem ao eleitorado e que pouco ou nada mobilizam o próprio Partido ou então transmitem sinais contrários ao do Partido.

O Governo do Partido Socialista sob a liderança de José Sócrates, tem, na minha opinião, sido o melhor governo da Republica de todos os tempos, empenhado em reformar e modernizar Portugal, não tendo medo, para atingir esse fim, de enfrentar classes corporativas, que claramente põem os seus interesses acima do interesse geral do País, e que para além disso enfrenta a maior crise económica mundial da história recente, neste sentido o Governo deve seguir o seu rumo e não se deixar limitar pelo resultado das eleições europeias.

Os quais na minha opinião, mais do que um voto de protesto relativamente à acção do Governo do Partido Socialista, é uma reacção a uma lista que não soube cativar e “representou mais do mesmo”, face às listas do PSD e CDS em particular, mas também do BE, que apresentaram novas caras ( e mais jovens) e uma forma mais próxima de fazer politica -com maior proximidade, mais “terrena”- com a qual, claramente, mais se identificam os eleitores do Século XXI.

Este na minha opinião deverá ser o sentido da reflexão, acompanhada é certo, de um ou outro acerto de agulhas em termos governativos. No entanto, e mais uma vez o reafirmo, o Governo deve manter o seu rumo estratégico e não deixar-se limitar por este resultado. O País precisa deste Rumo e de um governo que tem sido politicamente corajoso, ao ponto de não embarcar em medidas eleitoralistas, preferindo perder nas urnas mas garantir sustentabilidade futura a Portugal.

Comentários

Rui Cascao disse…
Rumo estratégico? Mas qual é, se posso perguntar, o rumo estratégico do PS?

Nos primeiros dois anos de Governo houve um esboço de rumo estratégico, sim. Mas agora? Quais são as grandes linhas estratégicas da política do PS? Qual é a sua visão estratégica para a economia? Para a justiça? Para a educação (além de eleger os professores como bodes expiatórios, desculpabilizando alunos, encarregados de educação, boys do ministério e das DRE's, etc.)?
Nuno Moita disse…
Basta consultar:

http://www.ps.pt/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=33&Itemid=42
andrepereira disse…
Caro Nuno: isto não foi um problema de listas... O povo passou um forte cartão amarelo a este modo de fazer política e a este José Sócrates. Todos temos que fazer essa reflexão profunda e mudar! Ministros autoritários, estratégias de descredibilização de classes profissionais, a falta de explicação e de envolvimento da sociedade nas reformas. Tudo isso tem que mudar. E claro, as listas para deputados e os nomes dos ministeriáveis têm que ser apresentados e tem que ser gente com outra cultura democrática e outro perfil. Infelizmente, quase todos os "independentes", embora com capacidade técnica, revelaram incapacidade política e falta de respeito pelo Partido que os colocou no poder!
Rui Cascao disse…
Nuno, não vai levar a mal, mas uma coisa é o que está nos programas eleitorais (geralmente tigres de papel), outra totalmente diferente e que é o que verdadeiramente interessa, é o que se manifesta na realidade. E na realidade, a execução dos objectivos programáticos do PS pelo governo de José Sócrates parece tão verosímil como a execução dos planos quinquenais soviéticos.

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