Penitência – sacramento obsoleto


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A confissão auricular foi durante vários séculos uma arma ao serviço da Igreja católica. O confessor do rei ou da rainha, sobretudo o desta, tinha acesso aos segredos de Estado e capacidade de manipulação da realeza quando a Igreja tinha por adquirido que o poder espiritual se devia sobrepor ao temporal. E sobrepunha.

A espionagem era bem mais perigosa do que o desassossego familiar ou o medo público provocados pelo tráfico de favores, de diversa índole, no segredo do confessionário. A desobriga não era, pois, uma questão de fé, era uma arma poderosa para a manutenção do poder clerical.

Compreende-se o pudor de Frei Bento Domingues a abordar o terrorismo psicológico exercido durante séculos, sobre crianças e adolescentes, cheio de ameaças com as penas do inferno para quem não confessasse os pecados mortais.

Foi a ânsia do poder que levou o IV Concílio de Latrão (1215) a tornar obrigatória a confissão anual que se mantém, tal como o entusiasmo papal com a sua perpetuação.

Nem os dissabores recentes com as confissões encenadas por jornalistas, em numerosas paróquias italianas, que as gravaram e divulgaram nem os escândalos sexuais que várias vezes começaram nos confessionários, como os tribunais averiguaram, levam o Papa a abolir uma prática que constrange quem a exerce de um lado e doutro do confessionário.

Mas não se pode esquecer que Bento XVI foi o prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício) que teve no Afeganistão islâmico um departamento homólogo e mais vigoroso – o Ministério da Promoção da Virtude e Prevenção do Vício.

Comentários

Anónimo disse…
E isto para não falar das erecções evangélicas dos padres, enquanto ouviam em confissão a descrição dos pecados do sexo.
Rui Luzes Cabral disse…
Eu não tinha falado aqui há uns tempos que há católicos e católicos. Nem sempre são exegetas a procurar e a explicar o que poderá não existir tal qual se pensa. É que há mais catolicismo para além de algumas normas do Vaticano. Por mim, não me afecta nada algumas tradições da Igreja e depois não se pode "ferir" de um momento para o outro alguns devotos. Temos de saber separar o trigo do joio e sermos é boas pessoas. Um católico, por o ser, não se torna mau por isso.
CA disse…
"dissabores recentes com as confissões encenadas por jornalistas, em numerosas paróquias italianas, que as gravaram e divulgaram"

CE

Tem mais informações sobre isto? Não tinha ouvido e gostaria de saber o que aconteceu.
Anónimo disse…
Eu também gostava de ter mais informações sobre este assunto. Passou-me ao lado.
Anónimo disse…
Foi o ano passado, em Itália, em que houve padres muito benevolentes quando confrontados com o uso do preservativo, o aborto e outros pecados gravíssimos.

A publicação, que foi referida na imprensa de todo o mundo, provocou a ira do Vaticano.
Anónimo disse…
Rui Luzes Cabral:

É evidente que seria grosseiro comparar Anselmo Borges, Frei Bento Domingues ou o bispo Januário Torgal com o Papa.

Não sou maniqueísta.

Mas como compreender que os fascistas de Mons. Marcel Lefebvre, excomungados por João Paulo II, tenham regressado à Igreja romana?

O bispo Lefebvre transita do Inferno para o Céu?

http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=55170&seccaoid=4&tipoid=32

Seis meses depois da publicação do "Motu Proprio" sobre a liturgia romana anterior à reforma de 1970, "Summorum Pontificum", em que Bento XVI aprova a utilização universal do Missal promulgado pelo Beato João XXIII em 1962, a Santa Sé fala de reconciliação com os católicos que colocaram objecções às reformas litúrgicas do Concílio Vaticano II.

Um abraço.
Anónimo disse…
«E isto para não falar das erecções evangélicas»

O recalcado e sarcástico - perdão, «mestre» da ironia - falou. Estaremos perante outro lapso linguistico, que revela a sua atracção por tacos e por toda a espécie de objectos com forma fálica?
Fale... Fale... Desabafe que isso só lhe pode fazer bem.
Anónimo disse…
«É evidente que seria grosseiro comparar Anselmo Borges, Frei Bento Domingues ou o bispo Januário Torgal com o Papa»


Como seria grosseiro comparar qualquer ateu não fanático com o Esperança (e seus amigos de estimação).


«Não sou maniqueísta»

Uiii! Nota-se... Aliás, o seu facciosismo politico e ateismo fanático não tem nada que ver com uma visão maniqueísta da realidade .
Anónimo disse…
Isto aqui vai ser sempre dar ao mesmo. Os post's ou são para desancar na Igreja, na Banca, no PSD e no CDS...
De facto "ser" mais recalcado não se podia arranjar. Oh Esperança, olhe que a ira é pecado mortal!!!
Vítor Ramalho disse…
Este ódio à religião e a tudo o que é religioso, está a transformasse num novo culto que aqui no Ponte Europa tem laivos de fundamentalismo inquisitorial.

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