Humberto Delgado nasceu há cem anos
(Imagem de arquivo da Fundação Humberto Delgado)
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Nasceu há cem anos o homem que a ditadura salazarista impediu de ser presidente da República (1958), por fraude, e de continuar a viver (1965), por assassínio.
Humberto Delgado não foi a única vítima dos esbirros do fascismo, uma excepção na longa história de repressão, mas foi um destacado opositor a quem a morte trágica e o exílio conferiram a auréola do martírio.
O chefe da brigada da PIDE que levou a cabo o homicídio, Rosa Casaco, passeia-se hoje pelo país que ajudou a transformar em cárcere. Arrasta livremente a sua incultura e pusilanimidade com ameaças a democratas, depois de ter visto prescrever o crime.
O então ministro do Interior, Alfredo dos Santos Júnior, morreu de velho e de velhaco, com a reforma de presidente do Conselho de Administração duma importante empresa do Estado.
Salazar, ditador vitalício, perdeu o conhecimento, sentado, graças ao caruncho de uma cadeira, e morreu deitado no Hospital da Cruz Vermelha. Os velhos torcionários ficaram impunes, enquanto o «general sem medo» continuou a ser difamado depois de morto.
Hoje, um século após o seu nascimento, é tempo de prestar homenagem a quem fez tremer a ditadura e no combate persistente que lhe moveu perdeu a vida.
Humberto Delgado foi, até então, o general mais novo das Forças Armadas Portuguesas.
A partir de 1958 consagrou a vida à luta pela liberdade. Hoje é património do País que amou e dos democratas que não suportam as tiranias seja qual for o pretexto, qualquer que seja o seu sinal.
Apostila - Na homenagem a Humberto Delgado incluímos a filha, Iva Delgado, a quem saudamos, que tem dedicado a vida à preservação da memória de seu pai.
Humberto Delgado não foi a única vítima dos esbirros do fascismo, uma excepção na longa história de repressão, mas foi um destacado opositor a quem a morte trágica e o exílio conferiram a auréola do martírio.
O chefe da brigada da PIDE que levou a cabo o homicídio, Rosa Casaco, passeia-se hoje pelo país que ajudou a transformar em cárcere. Arrasta livremente a sua incultura e pusilanimidade com ameaças a democratas, depois de ter visto prescrever o crime.
O então ministro do Interior, Alfredo dos Santos Júnior, morreu de velho e de velhaco, com a reforma de presidente do Conselho de Administração duma importante empresa do Estado.
Salazar, ditador vitalício, perdeu o conhecimento, sentado, graças ao caruncho de uma cadeira, e morreu deitado no Hospital da Cruz Vermelha. Os velhos torcionários ficaram impunes, enquanto o «general sem medo» continuou a ser difamado depois de morto.
Hoje, um século após o seu nascimento, é tempo de prestar homenagem a quem fez tremer a ditadura e no combate persistente que lhe moveu perdeu a vida.
Humberto Delgado foi, até então, o general mais novo das Forças Armadas Portuguesas.
A partir de 1958 consagrou a vida à luta pela liberdade. Hoje é património do País que amou e dos democratas que não suportam as tiranias seja qual for o pretexto, qualquer que seja o seu sinal.
Apostila - Na homenagem a Humberto Delgado incluímos a filha, Iva Delgado, a quem saudamos, que tem dedicado a vida à preservação da memória de seu pai.
Comentários
Por tudo o que está no post não posso deixar de recordar a elevada postura política e de cidadão de Manuel Alegre que, na campanha elitoral para a PR, homenageou o Gen. Humberto Delgado na Praça Carlos Alberto (muito próximo da famosa varanda onde em 1958 Delagado falou do Porto para o País).
Nessa homenagem referiu que o general "deu uma grande sacudidela no medo e abalou o regime" salazarista.
Durante a referida campanha esta atitude de cidadania e de preito democrático foi considerada (no interior do PS) um aproveitamento saudosista e demagógico.
Finalmente a vida de luta que Humberto Delgado encetou com a sua candidatura levando-o ao exílio e, depois, à morte, faz-me recordar o que escreveu o Padre António Vieira (peço desculpa ao Esperança pela evocação de um clérigo):
“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, fizestes o que devíeis; ela o que costuma”.
Obrigado pelo seu comentário, um contributo para o post, e sobretudo para o combate democrático que a todos deve mobilizar.