Timor adiado

É com grande pesar que os portugueses acompanham a situação de instabilidade em Timor-Leste.

Um grupo de militares insatisfeitos. Um líder de duvidosas intenções e um país parado. Um país a andar para trás.

Eu próprio preparava-me para embarcar na próxima semana - no âmbito de um projecto da Fundação das Universidades Portuguesas - para aquele país onde iria leccionar num curso de preparação à Licenciatura em Direito que estava previsto começar em Setembro. Tudo adiado!

Um país a dar os primeiros passos por vezes tem estes percalços. Tenhamos paciência e confiança.

Portugal deve apoiar Timor-Leste. As forças militares e policiais portuguesas devem partir o mais cedo possível e logo que autorizadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Espero que tudo isso não demore os 30 dias! Nessa altura seria tarde de mais, não estivessem lá já as forças australianas.

Comentários

Manel disse…
O comentário de hoje, no programa economia dia a dia, na TSF, de Peres Metelo, vem a propósito dos últimos acontecimentos em Timor.
Vale a pena ouvir a versão do economista.
Um país do terceiro mundo de 38 idiomas e várias etnias, organizadas em pequenas monarquias sem Estado, todas elas destituídas de tradição escrita, vivendo à base de tecnologias da Idade do Ferro. A ordália e a vingança como único instituto jurídico tradicionalmente aceite.

No poder central, um grupo ínfimo de indivíduos de cultura creola vivendo no único aglomerado minimamente urbano do país. Às suas ordens, um exército dotado de armas modernas. Petróleo no litoral sudeste, onde predomina um grupo de etnias papuas, que vendo-se na eminência de ter de partilhar as "royalties" se revolta contra as etnias malais do Noroeste.
Será Angola? Será a Nigéria? Não: é Timor.

Mais um "Petro-Estado" falhado. A História repete-se, e não vejo solução à vista.
Anónimo disse…
A situação em Timor tem o pernicioso virus da - mesmo remota - presença portuguesa.

São os chamados PALOP. Onde, de diferentes maneiras, não se cuidou da chamada "sociedade civil". A nossa passagem por aí foi um deserto no campo educativo e da formação cívica (aqui tinhamos pouco para "dar").
Vieram então guerras, movimentos de libertação, resistência armada (caso de Timor).
Quando finalmente as coisas se foram resolvendo, isto é, com a independência das ex-colónias, o que esxistia no terreno eram forças de libertação e de resistência, sem preparação cívica, logo política, para cuidar dos povos libertados.
Por outro lado, não houve o cuidado de integrar as forças de libertação ou de resistência nas forças armadas regulares. Nem de criar um estatuto digno, respeitável e económicamente sustentável para os ex-combatentes.
Estes dificilmente reconhecem a primazia do poder político, na maoria dos casos, ausente do terreno nas guerras de libertação.
Assim, em diversas nossas ex-colónias nasceram e cresceram conflitos quase sempre com intervenção de ex-militares.
Com motivações diferentes, é certo, mas com as mesmas remotas origens.
O envio da GNR como força de Paz para Timor é o mínimo que podemos (devemos) fazer nas dificeis condições político-militares que, hoje, se vivem em Timor.

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides