Turquia - Um juiz mártir da liberdade
O assassinato de um juiz turco por um crente exaltado é um sinal de alerta para os perigos que correm as sociedades democráticas.
Ao grito de «Deus é o maior», o facínora de Alá, fanatizado pelos sequazes do profeta Maomé, virou a sua sanha para os juizes do Supremo Tribunal Administrativo, ferindo vários, um deles mortalmente, movido pelo ódio aos que defendem um estado laico.
O juiz assassinado e outro, ferido, eram conhecidos pela coerência com que defendiam a laicidade. Eram autores da decisão, de acordo com a Constituição, que proibia o uso do véu islâmico nas universidades e na função pública.
A deriva fundamentalista que varre as religiões do livro, os ódios acumulados pelos dignitários eclesiásticos que vêem na secularização a perda de prestígio e influência, a falta de cultura e excesso de fanatismo que exalta os crentes, estão na origem de guerras cujo fim não se vislumbra.
A separação da Igreja e do Estado foi imposta por Mustafa Kemal Ataturk com inaudita violência e radicalismo que colide com as sociedades abertas e multiculturais europeias, mas foi o fundador da Turquia moderna onde a paz religiosa persiste graças à contenção do clero e à proibição pública dos símbolos religiosos.
Perante as investidas clericais, que não respeitam a ordem democrática e a liberdade religiosa (liberdade de ter qualquer religião ou de não ter), está criado um clima de terror a que é preciso pôr cobro.
Ao grito de «Deus é o maior», o facínora de Alá, fanatizado pelos sequazes do profeta Maomé, virou a sua sanha para os juizes do Supremo Tribunal Administrativo, ferindo vários, um deles mortalmente, movido pelo ódio aos que defendem um estado laico.
O juiz assassinado e outro, ferido, eram conhecidos pela coerência com que defendiam a laicidade. Eram autores da decisão, de acordo com a Constituição, que proibia o uso do véu islâmico nas universidades e na função pública.
A deriva fundamentalista que varre as religiões do livro, os ódios acumulados pelos dignitários eclesiásticos que vêem na secularização a perda de prestígio e influência, a falta de cultura e excesso de fanatismo que exalta os crentes, estão na origem de guerras cujo fim não se vislumbra.
A separação da Igreja e do Estado foi imposta por Mustafa Kemal Ataturk com inaudita violência e radicalismo que colide com as sociedades abertas e multiculturais europeias, mas foi o fundador da Turquia moderna onde a paz religiosa persiste graças à contenção do clero e à proibição pública dos símbolos religiosos.
Perante as investidas clericais, que não respeitam a ordem democrática e a liberdade religiosa (liberdade de ter qualquer religião ou de não ter), está criado um clima de terror a que é preciso pôr cobro.
Comentários
ahahahahahahaha
ahahahahahahahahahaha
ahahahahahahahahahahaahah
ahahahahahahahahahahahahahah
As Sociedades Socialistas, são uma maravilha... um sonho... um paraíso, até existem velhotes como o Carlos Esperança, vejam bem as coisas que são permitidas nas Sociedades Socialistas... QUEM DIRIA????
AHAHAHAHAHAHAHAHAHA
ahahahahahahahahahaha
A outros dá-lhes para grafar risadas hiperbólicas em caixas de comentários. É a vida!
É este a terapia que Carlos Esperança propõe para a Turquia?
Quem defende a democracia não pode ser solidário com semelhantes processos.
Quando escrevi «A separação da Igreja e do Estado foi imposta por Mustafa Kemal Ataturk com inaudita violência e radicalismo que colide com as sociedades abertas e multiculturais europeias,(...), creio que deixei expressa a minha opinião.
Não tenho para um ditador laico um critério diferente do que uso para com os teocratas.
Mas reitero a necessidade do respeito pela laicidade, sem a qual não há democracia.
Esse é um problema que só diz respeito à memória histórica dos turcos. Eles é que podem hoje analisar e opinar sobre isso.
A nós compete-nos ter a noção de que Ataturk tornou a sociedade turca mais moderna e civilizada.
De qualquer forma, sr. UFO, não se sente um pouco hipócrita ao dizer primeiramente só os turcos podem fazer juízos de valor negativos sobre o seu passado ditatorial, e logo em seguida dizer que nos "compete ter a noção de que Ataturk tornou a sociedade turca mais moderna e civilizada"? Tem noção de que está a contradizer-se?
Numa democracia não nos "compete" ter ideias feitas logo à partida. Compete-nos meramente respeitar as ideias e a liberdade do próximo. Não nos compete ter do próximo uma ideia positiva. Compete-nos tolerar, não nos compete admirar.
Penso que nenhuma teocracia é melhor do que a pior das ditaduras. Os exemplos das monarquias absolutas da Europa (católicas) ou dos países árabes (islâmicos) e não árabes (Irão, Indonésia e outros) provam que a intromissão da religião na política conduz à ditadura e ao despotismo.
Sobre o fundador da Turquia moderna transcrevo da Wikipédia:
«Presidente da Turquia
A República da Turquia foi fundada a 29 de Outubro de 1923 e Kemal foi eleito como o primeiro presidente. Apesar de a democracia formal se ter estabelecido, Kemal era na prática um ditador, apesar de relativamente moderado. De qualquer forma, o seu pretígio era tal que na maioria dos anos 20, a oposição ao seu governo ter sido muito fraca. Kemal admirava alguns aspectos da União Soviética ou da Itália Fascista mas não era comunista nem fascista. A propriedade privada era protegida e encorajada e oponentes políticos não sofreram um destino pior do que o desterro para a província.
Por outro lado, Kemal era um nacionalista turco militante, determinado a criar um estado turco homogéneo. Por acordo com o governo grego, uma grande parte da minoria grega foi trocada pelos turcos da Grécia, ocorrendo o mesmo com a Bulgária. Os Curdos não foram perseguidos, mas Kemal insistia que eles eram na realidade apenas uma variedade de turcos e a sua língua e cultura foram desencorajadas».
Consiste em tomar hoje como suas as supostas dores dos turcos de há cem anos, quando Ataturk impôs a alteração duma ordem jurídica no seu país ou mudou de alfabeto.
Alegar isso a propósito de um fanático que assassina juízes, ou é fariseísmo, ou coisa ainda pior.
Ademais, uma democracia não é um bodo aos pobres, nem uma distribuição de bençãos. Eu respeito, mais do que ele pensa, todas as ideias que Pedro Bingre possa exprimir. Salvo quando aparece, a esta hora, a zurzir o ditador Ataturk, deixando implícito o pensamento peregrino de que a sociedade turca (e a humanidade com ela) estaria hoje melhor na mão de duas dúzias de ayatollas.
Sustentar isso não é ser democrata. É ser outra coisa.
Penso que só mesmo usando de uma enorme liberdade interpretativa poderão afirmar que nos meus "posts" eu defendi assassinatos político-religiosos, ou fiz minhas as dores dos Turcos de há um século. Insinuei, isso sim, que Ataturk instuiu reformas culturalmente violentíssimas, de tal forma atentatórias da identidade turca que ainda hoje despertam rancor. E isso é perigoso, muito perigoso. Tentativas menos drásticas de reformar a cultura iraniana, feitas pelo Xá Reza Pahlevi, acicataram tal revolta popular que provocaram a ascensão do regime dos Ayatollahs. Pior a emenda do que o soneto.
Ponhamo-nos nos seus tamancos. Imaginemos que um português pró-islamista toma o poder do nosso país, impõe de súbito o alfabeto árabe e a lei islâmica "para o nosso bem". (Como se sabe, de boas intenções está o inferno cheio). Provocaria um rancor perpétuo.
[A propósito, a Turquia é um país de maioria sunita. Nunca teve ayatollahs - título exclusivo dos xiitas.]
Não estou em condições de saber se foi a natureza dessas reformas que motivou a rebelião popular iraniana(a qual conduziu ao regresso triunfal do ayatolla de Paris), ou se foi o facto de o Xá ter assumido o papel de homem de mão e de serventuário da América na região.